Sexta-feira | 26 de junho, 2020 | 18h47
A nomeação foi vista com reservas pela Ubes e outras entidades. Em nota conjunta afirmaram que ele não é capacitado tecnicamente para o cargo e sim ligado a áreas militares e econômicas.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou na tarde desta quinta-feira (25), por meio de suas redes sociais, a nomeação do professor Carlos Alberto Decotelli da Silva, para exercer o cargo de ministro de Estado da Educação.
Dacotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutor pela Universidade de Rosário, na Argentina, e pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, Alemanha.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC) o novo ministro está capacitado para exercer o cargo. “Com experiência na pasta, chegou a ser presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2019. Antes de ocupar o atual cargo, era professor da Pós-Graduação em Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV),” divulgou o MEC.
Oposição
Todavia, entidades se manifestaram sobre a nomeação afirmando que Decotelli é ligado ao ministro Paulo Guedes, aos militares – ele é oficial da Reserva da Marinha – e não tem a experiência necessária para o cargo, de acordo com a nota conjunta divulgada pela UNE (União Nacional dos Estudantes, Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e ANPG (Associação Nacional dos Pós-graduandos).
“Embora possua trajetória acadêmica e possa vir a representar um deslocamento do grupo olavista na gestão, o novo ministro não tem experiência vinculada à educação, mas sim nas áreas financeira e militar, o que é sempre motivo de preocupação. A educação não pode ser tutelada nem por grupelhos ideológicos e nem estar a serviço dos interesses do mercado financeiro”, diz parte da nota.
Elogios
Por outro lado, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) exaltou o diálogo com o novo ministro enquanto ele esteve a frente do FNDE. A entidade afirmou na nota que “políticas educacionais como a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o novo ensino médio possam avançar com celeridade e qualidade”.
Pelo Twitter, o ex-ministro Abraham Weintraub elogiou a indicação. Por sua vez, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) desejou sucesso a Decotelli.
“A expectativa da ABMES é de que o novo ministro tenha um olhar diferenciado para as políticas de inclusão que precisam ser implantadas e/ou aperfeiçoadas, de modo a permitir a democratização do acesso e a inclusão dos menos favorecidos economicamente na educação superior”, expôs.
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