Sessão das cortes de Lisboa. Óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva (1865–1939). Museu Paulista - São Paulo, obra datada de 1920. Foto: Eduardo Bueno / Ática, 2003.

Domingo, 7 de setembro de 2014, às 07h59 – Atualizado às 10h27

A independência do Brasil muito longe daqui se levarmos em conta os fatos que ocorriam na Europa e a posição estratégica do Reino Unido de Portugal perante seus aliados.

Gerson Soares

O Brasil, assim como as chamadas colônias da América Latina propiciavam fontes de riquezas a Portugal e Espanha, enquanto ocorriam na Europa as Guerras Napoleônicas. Os portugueses eram aliados dos ingleses de longa data. A França, cujo trono foi assumido por Napoleão Bonaporte em 1799, mantinha suas diferenças pelo poderio mundial com a Inglaterra e devido esse fato travaram batalhas em diversos campos.

Antes mesmo disso, a Espanha aliou-se aos Franceses para invadir Portugal dividir a nação entre eles e quebrar a hegemonia britânica, exigindo o fechamento dos portos portugueses às suas embarcações. Porém, antes de obter uma resposta à suas exigências, Napoleão quebrou sua aliança e assumiu também o trono da Espanha, aproveitando que suas tropas já estavam no território espanhol. Dali invadiu Portugal entrando por Abrantes, em 20 novembro de 1807.

Ainda em novembro, no dia 30, as tropas francesas chegam a Lisboa, mas um acordo firmado entre as coroas portuguesa e inglesa, garantiu a saída da Família Real e mais 15.000 mil pessoas um dia antes da invasão. O acordo garantia a escolta por embarcações britânicas até o Brasil.

Portugal seria invadido três vezes nesse período conhecido militarmente como Guerra Peninsular e várias batalhas foram travadas na Península Ibérica entre os revoltosos portugueses e espanhóis ajudados pelos ingleses contra as tropas de Napoleão Bonaparte. Os mais prejudicados foram os dois países ibéricos, a França não conseguiu seu intento, pois foi derrotada e a Inglaterra consolidou ainda mais a sua condição de potência mundial.

O apoio inglês aos portugueses sairia muito caro a Dom João VI, ao longo dos anos seguintes, entre o retorno da corte a Portugal e o 7 de setembro de 1822, dia em que foi dado o “Grito do Ipiranga”, sendo declarada a emancipação política do território brasileiro. No entanto, o mando português prolongou-se por dois impérios. Dom Pedro I, assumiu a coroa após a independência e seu irmão Dom Pedro II o sucedeu, até que foi exilado em 1889, quando instaurou-se a República.

Arqui-duquesa Maria Leopoldina da Áustria se reúne com os Conselheiros e envia carta ao então príncipe Pedro de Alcântara, aconselhando-o pela proclamação da Independência. Obra de Georgina de Albuquerque (1885-1962), datada de 1922. Senado brasileiro. Foto: Wikipedia

Jose Bonifácio de Andrada e Silva. Gravura datada entre 1857 e 1863. Autor desconhecido. Foto: S. A. Sisson / Wikipedia

Independência ou Morte! O Grito do Ipiranga. Célebre obra de Pedro Américo (1843–1903).  Óleo sobre tela, Museu do Ipiranga, São Paulo, obra datada de 1822. Foto: Lincoln Martins, Lincoln / Fundação Banco do Brasil, 1994