Domingo, 1º de novembro de 2015, às 11h59
Livro “Energia Elétrica e Poder Político” estuda organização de trabalhadores da Light na República Velha.
FES / SP
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1910 – Acidente envolvendo bonde elétrico na Rua Lavapés, esquina com a Rua Tamandaré, bastante noticiado à época. Foto: Acervo / FES
Durante o ano, a Fundação Energia e Saneamento (FES) recebe a visita de diversos pesquisadores que buscam o acervo da instituição para a realização de trabalhos de mestrado e doutorado. Para além das produções acadêmicas voltadas à temática da energia e do saneamento, o acervo oferece diversas possibilidades de pesquisa a partir de uma coleção que integra, entre outros, 260 mil documentos iconográficos e dez mil cartográficos, 1.600 metros lineares de documentos textuais e uma biblioteca com 50 mil títulos, datados entre meados do século 19 e início do século 21.
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Energia Elétrica e Poder Político: Trabalhadores da Light São Paulo (1900 - 1935). Autor: João Marcelo Pereira dos Santos. Editora: Outras Expressões 288 páginas. Valor: R$ 25 reais. Foto: Divulgação / FES
Uma destas novas abordagens possíveis sobre o acervo é o estudo da organização de trabalhadores no período de urbanização e industrialização do Brasil. Este é o tema do livro “Energia Elétrica e Poder Político: Trabalhadores da Light São Paulo (1900 - 1935)”, de João Marcelo Pereira dos Santos, recém lançado pela editora Outras Expressões. A obra estuda a ação coletiva dos operários da unidade da Light na Capital durante as primeiras décadas do século 20.
A publicação, ilustrada com imagens da Fundação Energia e Saneamento, foi originalmente apresentada como tese de doutorado ao Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp, com extensa pesquisa no acervo da Fundação, que detém relatórios, dossiês e fichas de funcionários da Light, entre outros documentos.
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1931 – Operários trabalhando no assentamento de trilhos e instalação de base de concreto na Alameda Nothmann. Foto: Acervo / FES
Além de revelar as situações de enfrentamento, as pautas de reivindicação e as relações dos “lightianos” com o conjunto do operariado paulistano – em especial, da organização de motorneiros e condutores dos bondes elétricos –, o livro também explicita a trajetória de expansão da Light e sua dinâmica com o poder político que comandou o Estado durante a República Velha. Desta articulação, “Energia Elétrica e Poder Político” aponta a efetividade dos constrangimentos impostos às uniões de trabalhadores e à construção destas identidades coletivas, além de sua relação com a população paulistana.