Segunda-feira, 26 de setembro de 2016, às 19h41


Depois de formalizar denúncia contra o ex-presidente Lula, aceita pelo juiz Sérgio Moro no dia 20 de setembro, Lava Jato mira em mais dois figurões dos governos petistas: Guido Mantega e Antonio Palocci, entre outros envolvidos. A cada semana, operação comanda pelo Ministério Público Federal (MPF) revela um novo episódio do maior esquema de corrupção já visto no país e segundo do mundo, segundo apurou a ONG Transparência Internacional, sediada em Berlin - Alemanha, durante a campanha “Desmascare os Corruptos”.

Gerson Soares

Conforme divulgado pela ONG Transparência Internacional, o caso dos desvios de verbas públicas, propinas e lavagem de dinheiro da Petrobras só perde para o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, que ficou em primeiro lugar em matéria de corrupção. Mas para que tudo isso viesse à tona, foi preciso um grupo de procuradores e a força-tarefa que decidiram finalmente dar um basta e por um fim à corrupção no Brasil. Tendo como símbolo máximo o juiz Sérgio Moro, a operação Lava Jato está desvendando, pouco a pouco, tudo aquilo que a maioria dos brasileiros sempre quis ver revelado e entender as eternas e prementes carências num país tão rico quanto o Brasil.

 

Fotoframe de vídeo divulgado pelo canal do MPF. Assista o vídeo: 10 medidas contra a corrupção. Imagem: Reprodução

Fotoframe de vídeo divulgado pelo canal do MPF. Assista o vídeo: 10 medidas contra a corrupção. Imagem: Reprodução

 

No entanto, mais do que isso, esses brasileiros queriam ver os culpados na cadeia e os valores devolvidos aos cofres públicos para que fossem destinados às principais necessidades da população que padece. Financiados pelos altos impostos e as abundantes riquezas brasileiras – negociadas ao custo de muitas propinas e favorecimentos ilícitos –, uma classe privilegiada envolvida em negociatas duvidosas, usufrui de uma vida idílica num Brasil paralelo, muito distante da realidade.

No último dia 14, a força-tarefa da Lava Jato denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ser o mentor de todo o esquema montado para desvio de verbas na Petrobras. Seria difícil tentar resumir em poucas palavras um esquema como esse, nomeando todos os envolvidos e valores. Para os brasileiros que já não aguentam mais tanta injustiça, o importante é que gradativamente a lama da corrupção deixou de crescer na proporção na qual sempre se manteve, graças às ações do MPF.

Na semana passada, dia 22, outra figura expressiva da política nacional figurava entre os presos na 34ª fase da Lava Jato, denominada Arquivo X. Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e da ex-presidente Dilma Roussef, foi preso no Hospital Albert Einstein, enquanto acompanha sua esposa. Devido ao estado de saúde dela, que passaria por uma cirurgia, ele teve a prisão temporária revogada pelo juiz Sérgio Moro naquele mesmo dia, ficando claro que o ato humanitário não o exime das investigações nem de futuras sanções.

Nesta segunda-feira (26), foi deflagrada a 35ª fase da operação, que teve como alvo principal outro ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil. Antonio Palocci, expoente do governo Lula, está preso temporariamente por recebimento de propinas do Grupo Odebrecht, classificadas como uma espécie de “caixa geral” de recursos ilícitos entre a empreiteira e o Partido dos Trabalhadores.

De acordo com a nota divulgada pelo MPF, “por envolver pagamentos reiterados, o extrato dos pagamentos era consolidado em uma planilha – denominada “Posição Programa Especial Italiano” (utilizando-se o termo “italiano” como codinome para se referir ao ex-ministro) – a qual era periodicamente atualizada conforme os valores fossem entregues ao representante do governo federal”. Do programa também consta o nome de Mantega, nascido em Gênova, Itália.
As prisões e julgamentos estão condenando os envolvidos e a cada dia surge uma novidade. Acesse o site 10 medidas contra a corrupção e ajude você também. Assista o vídeo criado pelo MPF.

Campanha 10 Medidas - corrupção é como um cano furado

 

Lula, fala em coletiva após depoimentos na PF. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas. Ilustração/sobrefoto: aloart

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Sérgio Moro argumentou que carceragem da Polícia Federal, no Paraná, não comporta "número significativo de presos. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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