Quinta-feira | 7 de maio, 2020 | 20h06


A retomada do rodízio de automóveis com restrição por final das placas e dias da semana é mais uma decisão polêmica.

Gerson Soares

A opinião geral é de que boa parte das pessoas que usam os veículos próprios para trabalhar, evitando a aglomeração dos transportes coletivos e se manteve saudável até agora, poderá ser contaminada no contato inevitável e aproximação no interior dos ônibus, metrô e trens. A decisão foi tomada depois de a Prefeitura ter recuado nas blitzes que provocaram grande insatisfação e resultados fracos.

 

Coronavírus provoca decisões antagônicas em São Paulo. População que precisa trabalhar e seguia isolada nos carros agora terá de se juntar à massa que circula nos coletivos, ampliando as aglomerações. Foto: divulgação

 

Para a maioria, a medida divulgada na manhã desta quinta-feira (7) pelo prefeito Bruno Covas de reativar o rodízio com a ampliação das restrições irá desviar uma parte dos trabalhadores para o transporte público e essa massa irá aumentar a lotação. A partir do próximo dia 11 de maio, portanto, muitos paulistanos deverão aumentar os grupos que lamentavelmente precisam se expor para chegar ao trabalho.

“É uma medida necessária para que a gente evite ter de decretar ‘lockdown’ na cidade. Estamos tentando evitar uma medida extrema, que é impedir a circulação de pessoas na cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito Bruno Covas, durante coletiva on-line na sede da Prefeitura.

Rodízio 24 horas, de 2ª a domingo

De acordo com o anúncio da Prefeitura, o rodízio que abrangerá 50% dos veículos valerá para toda cidade de São Paulo, não apenas no centro expandido e vigorará durante as 24 horas do dia. “Nos dias pares circulam carros de placa com final par e, nos dias ímpares, circulam carros com final ímpar”, explicou Covas. Os carros com final zero são considerados final par.

Os profissionais da saúde serão excluídos do rodízio, mas deverão se cadastrar no email isencao.covid19@prefeitura.sp.gov.br. Eles terão 10 dias para comunicar à Prefeitura e caso sejam multados nesse período as multas serão excluídas.

“Quem já tinha a isenção do rodízio anteriormente como a Polícia Militar, prestadores de serviços da rede elétrica, gás e água, além de transportes por ambulância, seguem isentos”, explicou o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram.

Frota de ônibus e caminhões

De acordo com levantamento do Governo do Estado entre os dias 1 e 30 de abril, a Grande São Paulo passou de 2,7 mil para 24,3 mil casos, com crescimento de 770%. No mesmo período, no interior, os casos subiram de 129 para 4,3 mil, o que representa aumento de 3.302%. Nesta quinta, São Paulo chega a 39.928 casos em todo o estado, com 3.206 mortes. O órgão não divulga o número de pacientes recuperados.

Na segunda-feira (11) a cidade também terá a volta da Zona Máxima de Restrição, excluídos os caminhões das áreas de abastecimento e saúde. Conforme a Prefeitura. A cidade terá 1.000 ônibus acrescentados na rede municipal de transporte e outros 600 veículos ficarão nos bolsões perto dos terminais de ônibus. Caso a SPTrans observe a necessidade, eles serão incrementados no sistema.

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