Terça-feira, 12 de abril de 2016 às 11h19
Transmitida ao vivo para todo o Brasil, a discussão do relatório do processo de impeachment teve um desfecho esperado na Comissão Especial. Apesar das muitas falácias, houve quem se manifestasse com ponderação e sensatez, diante dos fotos incontestáveis para quem vive no Brasil real.
Gerson Soares
O rito de impeachment, repleto de detalhes seguidos à risca pelo presidente da Comissão Especial de Impeachment (CEI), Rogério Rosso (PSD-DF), instalada na Câmara dos Deputados em Brasília-DF, dita que os parlamentares e líderes partidários se manifestem, analisando o relatório do processo que deve ser elaborado por um relator – neste caso o deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
Portanto, conforme as regras estabelecidas, e exigidas a cada momento pelos parlamentares da base governista e em menor escala pelos oposicionistas ao governo, após 9 horas de debates e muito falatório, os deputados chegaram a uma conclusão, aprovando por 38 votos a 27, o relatório do deputado goiano que em dado momento pediu a palavra, devido às inúmeras agressões. Disse ele: “nós de Goiás, estamos acostumados com essa pressão, mantemos a calma, mas não temos medo”. Em sua conclusão, pediu o afastamento de Dilma Roussef do cargo de presidente, pela prática de crime de responsabilidade.
O relatório final sobre a decisão da CEI deve ser lido ainda hoje no Plenário da Câmara dos Deputados e amanhã (13) deverá ser publicado no Diário Oficial da União (DOU). Existe uma previsão de que a decisão seja analisada em Plenário nesta sexta-feira (15) e a votação demore três dias, devido à exigência ritual onde cada parlamentar deverá ter direito à palavra. Ainda hoje (12), líderes partidários devem se reunir para definir como será a votação, mas certo é que cada parlamentar deverá expor seu voto verbalmente, ao microfone, durante a votação que deve ocorrer neste domingo (17).
Questionado pelos jornalistas sobre a ordem de chamada para a votação, levando em conta o mesmo processo contra Fernando Collor em 1992, Cunha explicou que naquele caso “não havia regra regimental sobre a ordem de chamada, o que levou o então presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro, a adotar o sistema de ordem alfabética usado na Assembleia Nacional Constituinte. Não é o caso hoje”, disse.
Ele confirmou que os nomes dos deputados ausentes à votação serão mostrados. “Quem fingir qualquer tipo de coisa para não vir certamente vai ter que responder politicamente; cada um vai arcar com o seu ônus, mas acredito que venha quase a totalidade. Ninguém vai querer ficar com a nódoa no seu currículo de ter fugido de uma votação”, alertou.
Sensatez contra “não vai ter golpe”
Durante toda a tarde de ontem e início da noite, foram diversas manifestações contrárias e a favor do impedimento da presidente Dilma Roussef. Dentre elas, verdadeiros absurdos que tentavam negar tudo aquilo que está sendo exposto há meses. Houve quem usasse o microfone para se manifestar em prol da normalidade e aqueles que gastaram seus minutos a fim de aparecer, já que na maior parte do tempo os parlamentares só trocaram acusações, entre gritos e a mais plena falta de respeito uns com os outros, conturbando ainda mais o ambiente.
Diante de tanta insensatez, que mostrou claramente o motivo de o Brasil se encontrar na situação na qual está, sem rumo e desmoralizado politicamente debalde um governo fraco e medonho, pode-se ouvir raros discursos ponderados e dentre eles destacamos a manifestação do deputado Fernando Francischini, do Partido Solidariedade do Paraná, elencando diversos pontos da péssima administração, como inflação e os escândalos.
Mundo Dilma
Matérias dos principais veículos de comunicação do país dão o tom das notícias sobre a presidente, que há muito tempo parece viver numa dimensão à parte daquela vivida pelos brasileiros, um mundo onde tudo está “caminhando” e as instituições do país é que são culpadas por querer afastá-la do poder. Segundo ela, sob golpe.
De acordo com o Exame.com, Dilma foi eleita, a líder mais decepcionante do mundo pela revista americana Fortune, divulgado na quinta-feira (7).
Após aprovação do parecer do impeachment, Dilma continua pedalando. Nesta manhã, ela foi vista em sua bicicleta exercitando-se em Brasília, divulgou o G1.
Deflagrada na manhã desta terça-feira (12), a 28ª fase da Operação Lava Jato, prendeu por corrupção, o ex-senador Gim Argello. Segundo o Estadão, o ex-parlamentar era próximo da presidente. Conforme divulgado pela Polícia Federal, ele teria atuado para blindar executivos de empreiteiras envolvidos no escândalo da Petrobrás.
Se o processo de impeachment contra Dilma Roussef for autorizado pelo Plenário da Câmara, caberá ao Senado decidir – em votação preliminar – se instaura ou não o julgamento. Se aceito o julgamento no Senado, a presidente da República será afastada por 180 dias, e os senadores formarão uma comissão para analisar a denúncia.
Com informações da Agência Câmara de Notícias
Leia mais sobre
POLÍTICA
Leia mais sobre
ALÔ BRASIL
Leia as últimas publicações