As informações da missão PREFIRE irão esclarecer como as nuvens e o vapor de água no Ártico e na Antártica influenciam a quantidade de calor que os polos irradiam para o espaço.
Um par de novos satélites da NASA (Cubesats) do tamanho de uma caixa de sapatos ajudarão a desvendar um mistério atmosférico que tem atormentado os cientistas há anos: como o comportamento das nuvens e do vapor de água nas regiões polares da Terra afeta o clima do nosso planeta.
O primeiro CubeSat da missão Polar Radiant Energy in the Far-InfraRed Experiment (PREFIRE) da NASA foi lançado da Nova Zelândia no sábado, 25 de maio. O segundo PREFIRE CubeSat decolou na quarta-feira, 5 de junho.
A missão medirá a quantidade de calor que a Terra emite para o espaço a partir das duas regiões mais frias e remotas do planeta. Os dados do PREFIRE irão melhorar os modelos de computador que os pesquisadores utilizam para prever como o gelo, os mares e o clima da Terra mudarão num mundo em aquecimento.
Influência na temperatura do planeta
A Terra absorve grande parte da energia do Sol nos trópicos, e o clima e as correntes oceânicas transportam esse calor em direção aos polos (que recebem muito menos luz solar). Gelo, neve e nuvens, entre outras partes do ambiente polar, emitem parte desse calor para o espaço, grande parte dele na forma de radiação infravermelha distante. A diferença entre a quantidade de calor que a Terra absorve nos trópicos e a que é irradiada do Ártico e da Antártica é uma influência fundamental na temperatura do planeta, ajudando a impulsionar sistemas dinâmicos de clima e tempo.
Mas as emissões no infravermelho distante nos polos nunca foram medidas sistematicamente. É aqui que entra o PREFIRE. A missão ajudará os investigadores a obter uma compreensão mais clara de quando e onde as regiões polares da Terra emitem radiação infravermelha distante para o espaço, bem como o vapor de água atmosférico e as nuvens influenciam a quantidade que escapa.
As nuvens e o vapor de água podem reter a radiação infravermelha na Terra, aumentando assim as temperaturas globais – parte do efeito estufa.
“É fundamental que acertemos os efeitos das nuvens se quisermos modelar com precisão o clima da Terra”, disse Tristan L’Ecuyer, professor da Universidade de Wisconsin-Madison e pesquisador principal do PREFIRE.
Destaque – Crédito: NASA/GSFC/Michael Studinger
Publicação:
Sábado | 15 de junho, 2024