Sábado, 16 de abril de 2016 às 12h56


“Uma criança do Maranhão, demora cinco anos para receber uma cadeira do SUS”, falou a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é tetraplégica, às 12h25 deste sábado. A Câmara dos Deputados continua os trabalhos de discussão sobre o relatório da Comissão Especial de Impeachment (CEI), onde os parlamentares podem se manifestar no Plenário, repleto de cartazetes com as mensagens frisadas no título.

Reportagem de Carol Siqueira da Agência Câmara de Notícias

O primeiro dia de discussão do impeachment no Plenário da Câmara dos Deputados teve clima tranquilo e pacífico na maior parte da longa sessão, iniciada na manhã de sexta-feira e que se estende na madrugada de sábado. Ânimos se exaltaram apenas durante a discussão da defesa e da acusação.

 

Foto: Agência Câmara

Foto: Agência Câmara

 

A fase de discussão ainda não terminou. Ao longo deste sábado, o Plenário tem de ouvir os 249 deputados inscritos para discutir a matéria: 170 favoráveis ao impeachment e 79 contrários. A discussão poderá ser abreviada por um requerimento de encerramento da votação ou acordo entre os líderes.

A decisão do Plenário sobre o destino da presidente Dilma Rousseff só virá no domingo, em sessão marcada para as 14 horas. A abertura do processo de impeachment depende do voto favorável de 342 parlamentares.

Acusação

Quem acusou foi o jurista Miguel Reale Junior, coautor da denúncia analisada. Também assinam a peça os advogados Hélio Bicudo e Janaína Paschoal.

Reale afirmou que, mais grave do que um presidente que embolsa dinheiro em benefício próprio, é o ato do mandatário que tem como consequência a destruição da economia brasileira. “Furtar um pedaço de dinheiro é menos que furtar a esperança do futuro. As pedaladas não se constituem mero problema de ordem fiscal ou administrativa. Foi um recurso para, conscientemente, esconder da Nação a situação do Tesouro Nacional”, ressaltou.

Defesa

A defesa enfatizou a tese de que não há crime e denunciou a tentativa de golpe. Para o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, a eventual aprovação do impeachment é uma violência contra a democracia.

“Num País em que temos investigações contra inúmeras pessoas públicas, em que há vários inquéritos em curso, a senhora presidente da República não tem nenhuma investigação contra ela”, disse Cardozo.

“Num País que tem uma corrupção histórica e estrutural, ver uma presidente da República sem nenhuma imputação grave ser afastada por questões contábeis, que sempre foram feitas por todos os governos, é isso que se quer?”, questionou.

Saúde

A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) se manifestou por volta das 12h25, a favor do impeachment. “Uma criança do Maranhão, demora cinco anos para receber uma cadeira do SUS, quando a cadeira chega não serve mais, é dinheiro jogado no lixo”, frisou a deputada neste segundo dia de discussões. “Presidente eu gostaria de saber se a senhora acredita na senhora mesma? Eu acredito que não. Portanto, a senhora deve desculpas ao povo brasileiro”, completou Gabrilli que é portadora de necessidade especial (tetraplegia).

Acompanhe ao vivo direto da Câmara dos Deputados.

Com colaboração de Gerson Soares
Ilustração/sobrefotos: aloart

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Presidente Dilma Rousseff durante encontro com Mulheres em Defesa da Democracia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

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