Favelização na Radial Leste e na Rua Alfredo de Franco na Penha

Segunda-feira, 16 de abril de 2018 às 19h45

Esse processo está em pleno avanço nas áreas citadas, que ficam na Rua Pires do Rio, ao lado do acesso ao Viaduto Bresser no bairro da Mooca e na confluência das ruas Aiamá e Alfredo de Franco na Penha.

Esses dois processos de favelização estão em pleno desenvolvimento e com o aumento de suas proporções passaram a chamar ainda mais a atenção de motoristas e pedestres que reclamam da insegurança. Na Mooca, à Rua Pires do Rio, que fica ao lado do Viaduto Bresser, os assaltos aos passageiros que aguardam no ponto de ônibus em frente ao IBCC (Instituto Brasileiro do Câncer) são frequentes. Por sua vez, na Penha, os moradores reclamam da sujeira e estão apreensivos com a constante abordagem das pessoas na esquina da Rua Alfredo de Franco com a Rua Aiamá e nas confluências das demais vias do local – há diversos semáforos. O mesmo se repete na Radial Leste, onde alunos de uma escola SENAI e funcionários do IBCC precisam atravessar uma praça aonde os moradores fazem fogueiras, se drogam e também a usam, irremediavelmente, como banheiro. Estivemos no local, sendo possível constatar o mau cheiro e o perigo. Na Penha, como mostram as imagens, já existe até um cemitério de carros, além do lixo que se acumula às margens do Rio Aricanduva.

Área envolve atores como Prefeitura, Eletropaulo e CPTM. Foto: aloimage

Após a constatação desses fatos, conversamos com o prefeito regional Mooca, Paulo Sérgio Criscuolo e ele disse que na Radial Leste o problema está tendo um bom andamento para ser solucionado através do Projeto Redenção. O acompanhamento e as reuniões com representantes que se auto-intitulam “Comunidade do Asfalto”, são chefiadas pelo líder do governo local Walter Mezzetti. No dia 23 de fevereiro, durante reunião sobre este assunto na Prefeitura Regional Mooca, citamos a preocupação dos penhenses que já fazem troça, dizendo que “qualquer dia, para passar por ali, nós vamos ter que pagar pedágio”, devido o afrontamento que está ocorrendo aos condutores dos veículos. Há informações de um número grande de mulheres com crianças no colo pedindo ajuda, carros sendo desmontados no meio da rua e o que se observa ali é um crescimento dos barracos.

Lixo e entulho se espalham pelo local e atingem a margem do Rio Aricanduva. Foto: aloimage

O prefeito regional frisa que à “Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais, cabe exclusivamente ao órgão somente a zeladoria, temos que deixar isso bem claro”, e informa que tira grandes quantidades de lixo da Rua Pires do Rio, diariamente. “Agora nós temos um trabalho muito bem planejado, que envolve seis secretarias. Você tirou [os moradores] também precisa colocar em algum lugar”, e continua dizendo que tem reuniões quinzenais com o prefeito.

Rua Alfredo de Franco na Penha. Carros abandonados no canteiro central. Foto: aloimage

Portanto, a “Comunidade do Asfalto”, que abriga inclusive estrangeiros, está sendo acompanhada pelo Projeto Redenção, que também engloba a cracolândia e a área que fica embaixo do monotrilho na Avenida Jornalista Roberto Marinho. Porém, o Redenção não abrange a comunidade que se alastra na divisa dos bairros da Penha e Tatuapé. “Lá existem outros atores, tais como a CPTM, Eletropaulo, que deveriam estar ajudando a gente”, cita Criscuolo. Todavia, sobre a favelização que ocorre na Rua Pires do Rio, na Mooca, Walter Mezzetti garantiu que esse problema está com os dias contados.

Favelização na Rua Pires do Rio, esse processo é estudado internacionalmente e ocorre em outras cidades e países. Foto: aloimage

Com reservas, esperamos que o líder local esteja certo. As reuniões e o projeto fazem parte do programa de governo do ex-prefeito João Doria – que já conta com uma parcela considerável de paulistanos que desaprovaram sua atitude de deixar o cargo para concorrer à vaga de Governado do Estado. É preciso saber se Bruno Covas, que assumiu a Prefeitura em seu lugar, dará continuidade às suas obras.