Segunda-feira, 2 de maio de 2018 às 18h04
Notas carimbadas: aqui cabem dois velhos ditados. “Cada povo tem o governo que merece” e “Os inocentes pagam pelos pecadores”.
Gerson Soares
O dinheiro brasileiro já passou por muitas dificuldades, mas essa agora é uma criação extremamente oportunista e digna da malandragem que habita mentes deturpadas. Carimbar notas de reais com a figura decadente de Lula nos leva a reflexões sobre os ditos populares mencionados acima. O dinheiro, a princípio, é a recompensa pelo trabalho ou a base de troca de mercadorias e serviços, como vêm sendo usado desde que foram criadas as cédulas e as moedas para melhor mensurarmos o valor das coisas, isso tratando aqui de maneira geral, pois a história das moedas é muito mais longa.
Agora, com essa iniciativa começa outra polêmica. Deve-se ou pode-se aceitar as notas carimbadas? O dever de receber o dinheiro é um fato, mas ao mesmo tempo deteriorar ou promover alterações nas cédulas é um crime. O comércio não tem a opção de recusá-las, assim como quaisquer cidadãos, que podem receber as notas adulteradas que não perdem seu valor. Mas, a partir do ilícito de alterar seu aspecto com uma característica tão marcante e oportunista, o direito de não querer receber esse dinheiro marcado deveria existir. O que geraria mais polêmica. Portanto, está relativamente dimensionado o tamanho de mais uma ação nefasta, vinda diretamente dos interesses que nada acrescentam à sociedade brasileira.
A justiça precisa agir rapidamente contra essa malandragem. É a liberdade do indivíduo que está em jogo, de não querer receber essas notas e repudiá-las. Todavia, caso o cidadão seja obrigado a receber as cédulas com o carimbo Lula Livre, ato promovido por aqueles que não concordam com sua prisão, ainda poderá trocá-las nos bancos. Ficam explícitos os transtornos criados pelos seguidores daquele que segundo as pesquisas lidera o ranking das intenções de voto para a presidência da República até agora. “Cada povo tem o governo que merece”, diz o dito popular – ou elege.
Receber o suado dinheiro brasileiro e depois submeter as cédulas a essa desfiguração criminosa é digno de quem não tem consciência do que faz. Por sua vez, a manipulação de massas através de movimentos populares que na verdade funcionam como uma indústria a serviço de partidos políticos, estão voltados para fins pouco louváveis. Na maioria das vezes, explora e leva esse povo desprovido de instrução e oportunidade ao engano e o deixa a mercê de governantes inescrupulosos. Esses líderes populares – do qual Lula é um exemplo que foi do céu ao inferno da prisão –, criam uma dependência de suas articulações na verdade políticas, enquanto estes acabam tendo o governo ao qual se sujeitaram em troca da dura vida fácil que os leva a dependência. Por outro lado, existe uma parte da população que consegue enxergar mais longe e vê nessa atitude algo revoltante, mas assim como os outros pagarão o preço da ignorância alheia. “Os inocentes pagam pelos pecadores”, diz o ditado.
Carimbar cédulas com a face de Lula é uma bobagem que só cria mais um distúrbio voltado às eleições que se aproximam. O ato de votar deveria ser um ato de plena liberdade, consciência e civismo, mas no Brasil se torna mais um motivo para oportunistas de plantão e mentes deturpadas agirem.
Leia mais sobre
ALÔ BRASIL
Leia as últimas publicações