Sábado, 10 de novembro de 2018, às 21h25

O levantamento foi feito pelo Senado e despesa com reajuste pode chegar a 6 bilhões devido efeito cascata.

Gerson Soares

Os atos vistos e as palavras proferidas quanto às aprovações no Senado desta última quarta-feira (7), são sinais controversos e antagônicos ao desenvolvimento do Brasil, próprios de grupos que não enxergam um dedo à frente do nariz, oriundos de um Congresso Nacional repleto de metástases da corrupção – essa doença que insiste em assolar a esperança de quem quer vencer a barreira da falta de caráter. Fundamentando-se em premissas de que haverá cortes de despesas no auxílio moradia concedido ao Poder Judiciário, os senadores demonstraram, em aprovação relâmpago, não terem o mínimo respeito pela situação vexatória da economia brasileira que provoca a maior taxa de desemprego que já se viu, acima dos 12 milhões.

 

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária que aprovou o aumento dos salários dos ministros do STF e o Rota 2030: presidente do Senado, senador Eunício Oliveira (MDB-CE); senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

O corte no auxilia moradia, segundo levantamento do próprio Senado, não cobrirá as despesas do aumento aprovado e que poderá ser concedido aos ministros, caso seja sancionado pelo presidente Michel Temer. Se for considerado o efeito cascata que haverá após o reajuste do teto dos atuais 33,7 mil reais para 39,3 mil reais, o aumento dos gastos públicos poderá ultrapassar os 6 bilhões de reais por ano, já que a medida se estenderá a todo funcionalismo público. Enquanto parte dos brasileiros busca esperança para investir no futuro, a nova equipe de governo e o presidente eleito projetam mais austeridade nas contas públicas, medidas como essa já estão criando novas despesas totalmente fora de hora.

Com muitos políticos de diversos partidos, inclusive os grandes como MDB, PSDB e PT, envolvidos nas investigações da Lava Jato, a aprovação relâmpago causa a impressão de querer agradar os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF). É lamentável vermos as notícias que indicam derrota de um presidente que ainda nem assumiu, mas já tem uma equipe que está trabalhando para chegar com o conhecimento necessário da situação caótica que encontrará. Diante dos desafios e forças contrárias ao progresso do povo brasileiro, mesmo assim não dá mostras de esmorecimento ou desvios das promessas e atitudes propagadas durante a campanha eleitoral, parecendo acreditar poder fazer algo melhor do que foi feito até agora.

Essa confiança está repercutindo em diversos setores da economia e se continuar com a coragem que demonstrou até agora, o novo governo pode trazer de volta o ânimo dos investidores. Veja abaixo, como votaram os senadores. Dos 81 senadores, apenas 59 participaram da votação (73%) que aprovou o Rota 2030 e o aumento nos salários dos ministros do STF.

Onyx Lorenzoni: "A responsabilidade e os desafios são enormes, mas não são maiores que os nossos sonhos." Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Brasília

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