Sexta-feira, 15 de abril de 2016 às 11h52


A Câmara dos Deputados volta a se reunir 24 anos depois do impeachment de Fernando Collor do extinto PRN (Partido de Renovação Nacional), para decidir se processo contra um presidente da República deve seguir para julgamento no Senado. Desta vez, deputados decidem sobre o relatório que aprovou o impedimento de Dilma Roussef (PT).

Gerson Soares

Apesar das inúmeras manobras jurídicas empreendidas pela Advocacia Geral da União (AGU), representada pelo ex-ministro da Justiça e agora advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo (PT), nos bastidores do Distrito Federal, o que se espera é uma derrota do governo. Segundo divulgado nesta sexta-feira (15), pelo comentarista político da rádio Jovem Pan, Fernando Rodrigues, durante o programa da manhã, disse ele que “até o PT já admite a saída de Dilma”.

 

Sessão especial para discussão e votação do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), aprovado em comissão especial, que recomenda a abertura do processo de impeachment da presidente da República.   Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Sessão especial para discussão e votação do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), aprovado em comissão especial, que recomenda a abertura do processo de impeachment da presidente da República. Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

 

O Partido dos Trabalhadores, segundo o comentarista, vê com alívio a aprovação do impeachment, que é dado como certo tanto na Câmara quanto no Senado. O motivo certamente é político, mas também leva ao pleito de 2018. O partido já avalia que a permanência da presidente à frente do governo possa prejudicar o desempenho nas eleições. No entanto, o PT pretende ser um opositor duro a um possível governo de Michel Temer (PMDB).

A oposição ferrenha e diária que o PT deixa claro fará ao substituto de Dilma, foi destacada também pelo jornal britânico Financial Times, especializado em Economia, que aposta em graves questões econômicas pós-impeachment, afirmando que Temer terá muita dificuldade em governar. Mas como a política brasileira é um quebra-cabeças, muitas coisas podem mudar até lá, ficando difícil quaisquer prognósticos muito antecipados.

Ontem (14), o Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou por 6 votos a 2, mais um mandado de segurança do governo e dois de deputados do PT, e manteve as decisões e procedimentos da Comissão Especial do Impeachment (CEI), encerrados nesta segunda-feira (11). A AGU tenta de todas as formas criar entraves para que o governo ganhe tempo, a fim de articular alianças e barrar o provável afastamento de Dilma, na verdade aguardado pela maior parte da população brasileira.

Com o indeferimento dos mandados de segurança do governo e dos deputados petistas, o Supremo manteve todos os procedimentos já realizados na CEI, além de estar de acordo com o roteiro de votação definido pela Mesa Diretora da Câmara na tarde desta quinta-feira (14).

Votação será no domingo

Arte: Câmara dos Deputados (reprodução)

Arte: Câmara dos Deputados (reprodução)

Nesta quinta-feira (14), foi lida em Plenário a ordem de chamada dos deputados que irão declarar oralmente, a favor ou contra o impeachment. Ficou decidido que a alternância dos estados seguira o Regimento Interno da Câmara, começando por um estado da Região Norte, seguido da Região Sul e vice-versa, sucessivamente. A votação está prevista para terminar às 21h do próximo domingo.

A ordem de chamada dos estados será a seguinte: Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Acre, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Dentro de cada estado, a chamada de deputados será feita por ordem alfabética.

Com informações da Agência Câmara de Notícias
Ilustração/sobrefotos: aloart

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Presidente Dilma Rousseff durante encontro com Mulheres em Defesa da Democracia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

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