Sábado | 9 de novembro, 2019 | 12h28


Para ela o momento é grave. Em seu pronunciamento na tribuna da ALESP, nesta sexta-feira (8), comprova o sentimento popular que já vem se intensificando de que o STF trabalha a favor dos presos e condenados da Lava Jato.

Gerson Soares

Esse é o sentimento popular, por mais que o Supremo Tribunal Federal (STF) afirme o contrário. A encenação feita durante a tramitação do processo que mudou a doutrina que vinha sendo aplicada desde 2016, sobre a prisão depois da decisão de segunda instância, não surpreendeu quem tem conhecimento de causa, apenas confirmou a decepção. Citando os conflitos no Chile e na Bolívia, “situações tensas até mesmo no Uruguai com eleições bastante acirradas, na Venezuela nem se fala”, a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), manifestou-se na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), depois da decisão do STF.

 

No plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), a deputada Janaína Paschoal diz não estar surpresa com decisão do STF. "Eu estou triste, mas não estou decepcionada, porque eu não tinha uma expectativa positiva com a decisão de ontem", disse nesta sexta-feira. Foto: José Antonio Teixeira / Arquivo

 

“Temos no País um grupo que efetivamente está interessado em gerar conflitos e conturbar a paz social. Então, eu fico muito preocupada neste momento com as pessoas que estão indignadas, com razão”, afirmou com relação ao STF. Dizendo apoiar a manifestação que deve ocorrer logo mais em várias capitais brasileiras, ela reiterou sua posição quanto ao que ficou decidido. “Havia um conjunto de argumentos jurídicos tanto para manter a prisão em segunda instância, como para reverter a prisão em segunda instância.”

Apesar disso, a deputada vê uma opção na decisão proferida nesta quinta-feira (7). “Esse julgamento no Supremo Tribunal Federal foi um típico julgamento de bola dividida, tanto é que o placar mostra. Havia elementos consistentes para os dois lados. No entanto, fica evidenciado que houve uma escolha política de combater todo o trabalho de depuração que vem sendo feito neste país”, referenciou mencionando o impeachment da presidente Dilma, a Lava Jato. Para Janaína Paschoal, é um momento grave e delicado.

“As notícias que vão aparecendo, já mostram que presos dos mais diversos partidos já fizeram o seu pedido de liberdade. O STF deu o caminho pra libertar presos do PT, MDB, PSDB, presos de outros tantos partidos que estão envolvidos, pessoas que inequivocamente lesaram aos milhões, algumas aos bilhões, os cofres públicos. E qual é o sinal que se dá pra quem está na ponta? O policial civil, militar, federal, o promotor de Justiça, o procurador da República, o juiz de primeira instância, qual é o sinal que dá: não adianta trabalhar direito, não adianta fazer a sua parte, não adianta essa dedicação. Então é um sinal muito negativo que o STF traz. Infelizmente é uma atuação que reforça o sentimento de desesperança da população e pior, reforça discursos de retrocesso, que de alguma maneira diminui o papel das instituições. Nós não poderíamos neste momento passar por isso.”

Ao encerrar sua fala, a deputada do PSL paulista reiterou seu apoio às manifestações, mas aconselhou que os manifestantes “estejam atentos e fujam de provocações, não estimulem o conflito, não provoquem. Retirem-se de ambientes que sejam belicosos, porque o nosso país tem de ser um exemplo de paz para os países vizinhos.”

 


Fontes : Ficha Social / ALESP

Confira a íntegra do discurso durante a Sessão Plenária desta sexta-feira (8/11) na Assembleia Legislativa de São Paulo

Janaina Paschoal, Deputada Estadual - PSL - 08/11/2019