Segunda-feira, 30 de maio de 2016 às 09h43


Um país com potencial enorme não pode ser para sempre um gigante adormecido devido principalmente à corrupção, como mostram os costumes da velha politicagem que se imagina “dona” de tudo. O Brasil já acordou e quer resoluções sérias para voltar a crescer e atrair investimentos. Depois do impeachment, quer um governo capaz e a altura de suas dimensões e necessidades.

Gerson Soares

Após as repercussões das piores manchetes da semana passada, como a revelação das conversas gravadas pela Lava Jato entre Renan Calheiros, José Sarney e o ex-presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado, divulgadas pela Folha de São Paulo; depois de um estupro coletivo no Rio de Janeiro que chocou a opinião pública e agora envolve também a Polícia Federal nas investigações; temos ainda a suspeita de superfaturamento nas obras do Rodoanel, realçada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo. Apenas essas notícias já bastariam para desestabilizar quaisquer governos em países onde as políticas e os políticos são responsabilizados com veemência e rapidez pelos seus atos.

 

Presidente Interino Michel Temer durante cerimônia de apresentação de Credenciais dos Embaixadores Residentes em Brasília, comenta sobre aprovação da nova metal fiscal: "Foi uma bela vitória". Foto: Beto Barata/PR

Presidente Interino Michel Temer durante cerimônia de apresentação de Credenciais dos Embaixadores Residentes em Brasília, comenta sobre aprovação da nova metal fiscal: "Foi uma bela vitória". Foto: Beto Barata/PR

 

Mas é preciso encarar com otimismo algumas medidas que estão sendo tomadas, olhando também para o outro lado da moeda. Com dificuldade, devido aos ataques da oposição, o Congresso Nacional aprovou a nova meta fiscal enviada pelo Governo no início da semana passada. “Foi uma bela vitória”, comentou o presidente em exercício Michel Temer, após a aprovação. Temas como as governanças dos Fundos de Pensão e das Estatais, além de o governo não mais criar subsídios sem a contrapartida de reduções, por exemplo, estão entre as resoluções adotadas pela nova equipe econômica chefiada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Outro ponto importante são as negociações do novo ministro da Relações Exteriores José serra, que começa a alinhavar com países integrantes do Mercosul uma reaproximação com o Mercado Europeu. Ele já se aproximou do governo argentino, sendo assinado um memorando de entendimento político para o desenvolvimento de ambos os países e o aprofundamento de integração regional.

Comércio exterior

À partir desta quarta-feira, Serra participará da Reunião Ministerial anual da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), presidida pela Presidente Michelle Bachelet do Chile, nos dias 1º e 2 de junho, em Paris, onde estarão reunidos os 34 países membros da OCDE e alguns países não-membros. Serão discutidos diferentes aspectos do tema “Aumentando a Produtividade para o Crescimento Inclusivo”, no qual José Serra será um dos condutores no painel dedicado ao “Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável”.

Segundo o ministério, ele deve manter encontros bilaterais com autoridades de vários países e organismos internacionais e apresentará as políticas do governo brasileiro destinadas a recuperar o crescimento, restaurar a confiança e gerar emprego. No dia 2, ele participará – ao lado dos ministros responsáveis por comércio internacional das oito maiores economias e países mais ativos na Organização Mundial do Comércio – de discussões sobre os rumos das negociações comerciais multilaterais, inclusive a necessidade de obter maior abertura dos mercados de produtos agrícolas. Um dos motivos é o protecionismo europeu que precisa ser contornado.

Otimismo

Nesta visão otimista, o País toma novos rumos e adota posturas reais como há muito não se via. Obviamente que a Operação Lava Jato continua proporcionando a divulgação de fatos também de uma forma nunca vista. Antes dela, os brasileiros acreditavam que políticos e crimes de colarinho branco, jamais seriam punidos. Neste momento a realidade é outra. Assim demonstram as revelações de conversas entre políticos e empresários que podem levar à cassação dos seus mandatos e à prisão; corruptos e corruptores usando como últimos recursos os acordos de leniência e as delações premiadas; poderosos que se imaginavam acima da lei, agora estão na cadeia ou a caminho dela.

São dois lados da moeda: um otimista que clama pela retomada do crescimento e outro que faz a limpeza tão necessária, ambos se completam. É possível enxergar uma nova fase. Apesar da precaução, mas pelo exposto, um pouco de otimismo não faz mal a ninguém.

Brasília - O presidente interino Michel Temer chega para apresentar as primeiras medidas econômicas para reequilibrar as contas do governo. Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Brasília - O presidente interino Michel Temer  se reúne com dirigentes de centrais sindicais. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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