Domingo | 11 de agosto, 2019 | 13h45
Milhares de pessoas convivem com a diabetes no Brasil. Uma doença silenciosa e que, se não for tratada, pode acarretar consequências severas. São cerca de 13 milhões de brasileiros, número correspondente a 7% da população. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2016, os casos de diabetes aumentaram 61,8% no país e a tendência de crescimento não agrada os especialistas.
Nesse contexto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a comercialização da primeira insulina inalável do país. A resolução, que permite o registro do novo produto, foi aprovada no dia 30 de maio e publicada no dia 3 de junho no Diário Oficial da União.
É uma aposta visando beneficiar quem apesenta o quadro de diabetes. Comercializada em pó, a insulina será vendida em cartuchos com três espécies de dosagens distintas, para o tratamento do tipo 1 e 2 da doença, e administrada por inalação após as refeições.
O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri explica que “a utilização será feita por meio de um inalador, parecido com um apito. Porém, nele é encaixado um cartucho para que o pó seja aspirado”, pontua.
Essa nova maneira de tratamento é um grande passo para a medicina. Por ser uma tecnologia avançada, a ação da substância é considerada ultrarrápida. De acordo com Couri, a insulina é absorvida rapidamente pela corrente sanguínea, onde é responsável por diminuir os níveis de açúcar no sangue. O estudo revelou que ela começa a agir em dez minutos, com uma duração de duas a três horas.
Segundo o especialista, representa uma alternativa para os diabéticos. Atualmente, todas as insulinas disponíveis no mercado são injetáveis. Portanto, além de um ganho na qualidade de vida dos pacientes, é capaz de reduzir o número das injeções.
Entretanto, Couri faz um alerta: a nova medicação tem limitações. Ela não consegue substituir todas as aplicações diárias necessárias para paciente nessas circunstâncias. A insulina inalável possui ação rápida, sendo assim, deverá ser utilizada em situações como antes de cada refeição, quando o corpo necessita de uma quantidade maior da substância para compensar o açúcar consumido.
O endocrinologista ainda afirma que pacientes com problemas pulmonares como asma, fumantes, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e fibrose pulmonar, não podem utilizar essa forma de insulina. O uso também não é recomendado para menores de 18 anos, por testes nessa faixa etária não terem sido realizados.
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