Esta semana foi lançada uma chamada para artigos sobre o diabetes mellitus com foco na obesidade pediátrica. A iniciativa é da BMC Medicine, marca da Springer Nature, empresa global com sede no Reino Unido, e traz importantes destaques sobre a doença que pode interessar a todos. Os artigos estão sendo selecionados pela professora May Ng e a Dra. Pooja Sachdev.


Atualmente, estima-se que 1,1 milhão de crianças e adolescentes menos de 20 anos vivem com diabetes tipo 1 (DM1) em todo o mundo e, embora a maioria dos casos de diabetes pediátrico seja DM1, a prevalência de diabetes tipo 2 (DM2) também está aumentando de acordo com Federação Internacional de Diabetes. A obesidade em pediatria tem aumentado nas últimas décadas e levou a um crescimento dramático na incidência de DM2 entre crianças e adolescentes. Por exemplo, na Inglaterra (Reino Unido), 34% das crianças estão com sobrepeso ou obesas quando saem da escola primária e daquelas que recebem tratamento para DM2 em Unidades Pediátricas de Diabetes na Inglaterra e no País de Gales, 84,6% são obesas. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 39 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade estavam acima do peso ou obesas em 2020. A maioria dos jovens que sofrem de DM2 não atinge o controle glicêmico ideal, o que os coloca em maior risco de outras complicações e problemas de saúde.

Fatores de risco

Uma variedade de fatores de risco (incluindo raça e fatores étnicos, resistência à insulina na puberdade, sexo, peso, inatividade, história familiar, diabetes gestacional materna, baixo peso ao nascer e parto prematuro, genética, certos vírus) podem contribuir para o desenvolvimento de doenças pediátricas diabetes. O ganho de peso mais rápido em bebês pode não apenas levar ao diabetes tipo 2 mais tarde na vida, mas também demonstrou estar envolvido na patogênese do diabetes tipo 1.

Complicações

Crianças e adolescentes com diabetes podem experimentar as complicações microvasculares e macrovasculares causadas por esta doença em idades mais jovens do que aqueles que desenvolvem diabetes na idade adulta. Tais complicações incluem doença cardiovascular aterosclerótica, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, morte súbita; insuficiência renal e insuficiência renal crônica; neuropatia e vasculopatia que ameaçam os membros; retinopatia resultando em cegueira; e problemas nas gengivas e nos pés.

Brasil

No dia 2 de agosto foi aprovado na Câmara dos Deputados em Brasília, um projeto que classifica o diabetes mellitus tipo 1 como deficiência. O Projeto de Lei deverá seguir os trâmites passando por outras comissões e caso seja aprovado se tornará lei. O Brasil tem 16,8 milhões de pessoas com diabetes, sendo que 588 mil são do tipo 1. O DM1 normalmente é detectado na infância, pois trata-se de uma deficiência metabólica, ou seja, o pâncreas não produz o hormônio chamado insulina, responsável por manter o controle de açúcar no sangue. “O tratamento do diabetes tipo 1 envolve o uso de insulina por meio de aplicações diárias e o monitoramento frequente da glicemia, o que traz impactos na rotina de quem teve o diagnóstico e da família, além das mudanças no convívio social e âmbito escolar”, explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), doutor Levimar Araújo, que apoiou o projeto.


Fontes: BCM Medicine (UK) / SBD / OMS


Destaque – Imagem: aloart


Publicação:
Domingo | 20 de agosto, 2023