Terça-feira, 28 de novembro de 2017 às 19h26
Fundação Energia e Saneamento
A quem passa desatento pela Praça Oito de Setembro, no bairro Penha de França, em São Paulo, pode parecer que o novo elemento a compor a paisagem do local, um poste instalado em frente à Escola Estadual Santos Dumont, trata-se de uma réplica dos modelos que, no passado, iluminaram a Capital. O suporte de luz, no entanto, é uma peça original: centenário, o poste de luminária a gás pertenceu à antiga companhia San Paulo Gas Company, responsável pelos serviços de iluminação pública entre 1872 e 1929.
Pertencente ao acervo museológico da Fundação Energia e Saneamento, o exemplar foi cedido em comodato à Prefeitura Regional Penha como forma de celebrar o aniversário de 350 anos do bairro, um dos mais antigos de São Paulo. Hoje iluminado por energia elétrica, o poste confeccionado em ferro, latão e vidro era abastecido pelo gás produzido no antigo gasômetro do Brás, conhecido como Casa das Retortas. À época, trabalhadores apelidados de “vagalumes” eram responsáveis por acender e apagar as luminárias todos os dias. Em seu auge, a iluminação a gás da Capital chegou a reunir mais de 10 mil lampiões.
Formada em 1667, a Penha foi ponto de diversas passagens importantes da história da Capital paulista. Quando foi implantado o serviço de bondes elétricos na cidade - o primeiro do tipo no Brasil -, a linha “Penha” foi uma das pioneiras, inaugurada e celebrada pela população em 27 de janeiro de 1901, e que seguia da antiga Estrada da Penha até o Largo do Tesouro, e vice versa. Durante a Revolução de 1924, o bairro foi nomeado capital da Província (Estado) pelo então governador Carlos de Campos, que se abrigou na região durante o conflito, após bombardeios no Palácio dos Campos Elíseos.
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