Terça-feira, 5 de julho de 2016, às 11h44
Se a noção de cidadania se perdeu ao longo do tempo devido aos péssimos exemplos recebidos pelas populações brasileiras, sempre é hora de mudar e recomeçar o aprendizado. Cidadão é aquele que respeita as leis e exige que sejam cumpridas, mas também não esquece da sua educação e do respeito para com os seus semelhantes. Isso vem do berço, mas pode ser aprendido e aperfeiçoado durante toda a vida.
As boas escolas de outrora ensinavam até a lavar as mãos e que não era correto fazer aos outros aquilo que não desejasse que os outros fizessem a você. Pois bem, ao longo das décadas de corrupção que sim, acabou influenciando na deterioração do ensino e portanto na própria falta de educação dos cidadãos, chegou-se ao esquecimento de alguns princípios básicos de convivência entre as pessoas, onde o respeito mútuo e a cordialidade há muito foram perdidos.
É possível encontrar a educação em vários lugares, entre as famílias que preservam o rigor dos ensinamentos mais antigos mesclados à modernidade e a maior liberdade dos cidadãos que vão se formando. Graças às suas influências acabam propagando a mensagem de que lixo é no lugar dele, que não se deve simplesmente abrir a janela do veículo e despejar os dejetos. Os bons costumes lembram que fezes de animais não são perfumes franceses aos narizes alheios e sair com um cachorro para usar a via pública como banheiro não é ato de quem se espera ter condições de cuidar de si ou do próprio animal que conduz, deixando as fezes pelas calçadas.
Uma criança aprende aquilo que vê e segue os passos dos pais e responsáveis. O adulto deveria saber que as lixeiras espalhadas pela cidade não foram feitas para serem depredadas ou pichadas, sua função é simplesmente facilitar a limpeza e trazer mais conforto e beleza. Despejar lixo caseiro – isto também serve para estabelecimentos comerciais – longe do local da residência para se livrar dele fora do horário de recolhimento é outro péssimo costume, trazendo pragas urbanas como pombos, ratos, baratas e outros problemas. Apenas para ilustrar, um dos motivos que originou a grande epidemia de peste na Europa que dizimou milhares de pessoas foi a falta de higiene.
Dificilmente chegaremos a tanto, mas estudos demonstram que o avanço das populações através de áreas onde antes predominavam matas e florestas trouxeram a praga dos mosquitos transmissores de doenças. Se todos colaborarem e os encarregados da limpeza – no caso a Prefeitura de São Paulo –, fizerem juntos cada qual a sua parte, certamente teremos bairros mais bonitos e incentivos à implantação/ocupação de áreas verdes. Quem gostaria de ir a uma praça repleta de fezes de animais e logicamente o cheiro desagradável, garrafas de bebidas espalhadas, sacos plásticos repletos de lixo, caixas de comida estragando, proliferação de insetos? A resposta é conhecida e sendo assim nunca é demais lembrar daquilo que os mais velhos ensinaram, sobre os bons hábitos. Se alguém esquecer basta perguntar ao vovô e a vovó ou pesquisar com os recursos tecnológicos atuais.
As praças, as árvores frutíferas que por elas se espalham, os monumentos, as estátuas, a beleza das plantas que demoram anos e décadas para atingirem sua plenitude, são patrimônios de todos e merecem respeito. A manutenção da cidade gera custos que podem ser reduzidos com a colaboração de cada um, revertendo para o benefício da comunidade. Colabore com a beleza do seu bairro e de cada lugar por onde passar, curta seus momentos e dê o exemplo para que outros sigam. Esse é o tipo de país que a maioria dos brasileiros quer, ele está sendo desenhado em toda a parte com atitudes cidadãs, desde o bairro mais humilde aos mais privilegiados e está cada vez mais ao alcance de todos.
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