Alterações do trânsito no bairro ainda deixam dúvidas sobre eficiência e produtividade. As ciclofaixas implantadas no Tatuapé estão em plena deterioração, o dinheiro gasto vai sendo corroído pelo tempo.


Esse motivo não é suficiente para que estudos comprovem a falta de demanda para a implantação desse dispositivo municipal em determinadas áreas, como a movimentada Rua Apucarana que chega à Rua Emílio Marengo e ao Jardim Anália Franco. Particularmente nesse último local, onde depois de fracassarem, algumas ciclofaixas foram desativadas.

A ciclofaixa implantada na Rua Apucarana, dificilmente se distanciará das demais que não possuem demanda para justificar o investimento, os transtornos e perigos. Um olhar mais atento, ao traçado e à sinalização do trajeto, poderá perceber a proximidade com o meio fio em desnível. Compare na imagem.

 

Ciclofaixa na Rua Apucarana: observe o desnível entre a pista e o meio fio. Foto: aloimage

 

Resultados da implantação

Registramos o movimento da nova ciclofaixa da Rua Apucarana nos dias 12 e 19 de abril. O resultado pode ser visto nas imagens. É difícil compreender os motivos que levam o poder público a tomar decisões como esta que até parecem corriqueiras, mas custam caro. Como pode ser lido no link abaixo.

Há exatos seis anos, em 2018, durante entrevista à Rádio Eldorado, o então prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmava que as ciclovias implantadas pelo ex-prefeito Haddad precisavam ser revistas (leia aqui). “Vamos discutir com a população onde vamos implantar novas ciclovias para dar racionalidade ao sistema, ligando algumas que não têm ligação hoje. Vamos poder desativar algumas que só incomodam a população”, disse.

 

Sem demanda, sem sentido: ciclofaixa na Rua Apucarana. Foto: aloimage

 

Investimentos vs Demanda vs Objetivos

Em 2015, a Prefeitura de São Paulo, estimava o custo médio de instalação de ciclovia em cerca de 180 mil reais por quilômetro. Houve indícios de superfaturamento e foram apontados valores bem maiores, chegando a 300 mil e 650 mil à época, desmentidos pelo órgão.

De qualquer modo, enquanto gastos desse nível são aprovados, dentre outras prioridades de investimentos, um número expressivo de pessoas espera nas filas e por tempo interminável para serem atendidas em exames de urgência médica. Denota-se, portanto, um desvio de objetivos humanos – como a compra de equipamentos ou rapidez nos agendamentos – para a implantação de ciclofaixas como esta, comprovadamente sem demanda e sem sentido.

 

É difícil prever, mas tudo leva a crer que a nova ciclofaixa tenha o mesmo destino das demais implantadas no bairro. Foto: aloimage

 


Destaque – Foto: aloimage


Publicação:
Sexta-feira | 19 de abril, 2024