Domingo, 27 de setembro de 2015, às 05h06
Ainda em operação, a Usina Hidrelétrica de Rasgão completou 90 anos em setembro.
Fundação Energia e Saneamento (FES)
O projeto de sua construção foi uma das ações do Grupo Light para combater os problemas de fornecimento de energia à Capital, ocasionados por uma forte estiagem que atingiu o Estado de São Paulo entre os anos de 1924 e 1925 e diminuiu o nível dos reservatórios das duas hidrelétricas operadas pela Light à época, as usinas de Parnaíba e Itupararanga.
A crise levou a companhia a tomar diversas medidas, entre elas a realização de campanhas de incentivo à redução de consumo e a compra de energia gerada por outras empresas. Mas a seca e a crise prosseguiram e, em outubro de 1924, foram iniciadas as obras da Usina de Rasgão, construída no Rio Tietê, em Pirapora do Bom Jesus. No local, em meados do século XVIII, o capitão Fernão Paes de Barros iniciou a abertura de um canal, um “rasgão” que desviaria a água do leito do rio, para a procura de ouro.
Sob a direção do engenheiro e vice-presidente da Light em São Paulo, Asa W. K. Billings, as obras da hidrelétrica foram concluídas em menos de 11 meses, tempo relativamente curto para a época. A inauguração de seu primeiro gerador, em caráter experimental, ocorreu em 6 de setembro de 1925. A casa de máquinas foi projetada pelo prestigiado escritório do arquiteto Ramos de Azevedo. Sete dias após o início do funcionamento de sua segunda unidade geradora, a 6 de novembro de 1925, foi decretado o fim do racionamento de energia na Capital, iniciado em fevereiro do mesmo ano.
Com uma capacidade instalada de 23,6 MW quando inaugurada, a Usina Hidrelétrica de Rasgão operou sem interrupções até ser desativada em 1961, em virtude de uma infiltração em seu canal. Em 1989, suas estruturas foram recuperadas e Rasgão foi reintegrada ao sistema de geração de energia do Estado. Atualmente, é operada pela EMAE - Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.