Sábado | 25 de junho, 2022

Antes de tudo eles também retratam a vida dos imigrantes nas plantações e no cotidiano urbano, chamando a atenção dos milhares de visitantes. Chamados de colonos, os imigrantes que aparecem nos vitrais faziam parte da São Paulo entre o final do século XIX e início do século XX.


A arte dos vitrais compõem a arquitetura neoclássica da edificação que abriga o Mercado Municipal de São Paulo. O projeto arquitetônico ocupa uma área de 22.147 metros quadrados, com 18.600 metros quadrados de área construída. Considerado um patrimônio histórico e cultural de São Paulo, foi tombado pelos conselhos do CONDEPHAAT (2004) e CONPRESP (2017).

A particularidade é que além da beleza, os 32 painéis, subdivididos em 72 vitrais, retratam a pecuária e agricultura paulista em dimensões e profundidades, como verdadeiras obras de arte. Os cinco vitrais com cenas da vida dos colonos em seu cotidiano cultivo, colheita e criação de animais, foram criados por Conrado Sorgenicht Filho – uma tradição de família.

Seu pai, Conrado Sorgenicht, trouxe essa técnica da Alemanha no século XIX, e seu filho Conrado Sorgenicht Neto foi o artista que restaurou os vitrais do Mercadão no final dos anos 1980. Sorgenicht Filho, já trabalhava no ateliê do pai e desde 1922 fotografava lavouras, as ferramentas utilizadas, meios de transporte. Assim, inspirados nessas fotos, os cinco vitrais foram criados, um trabalho de 5 anos.

 

Foto histórica tirada durante a construção do Mercado Municipal Paulistano na década de 20. Foto: Acervo do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo / Via Wikipedia

 

A CONSTRUÇÃO

Ano que vem, o Mercadão vai completar 90 anos. A obra começou em 1924 e terminou em 1933, quando foi inaugurado. O edifício passou por uma restauração em 2004, ganhando um mezanino que abriga diversos restaurantes e oferece uma vista privilegiada de toda a estrutura, inclusive dos vitrais. Com suas abóbadas e a sobriedade das fachadas assinadas pelo italiano Felisberto Ranzini, toda a estrutura se impõe no cenário da capital.

A construção foi encomendada ao Escritório Técnico Ramos de Azevedo. O grande pioneiro da construção civil na capital paulista e no interior de São Paulo, Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928) é o autor do projeto original do Mercado Municipal Paulistano. Vindo a falecer quatro anos após o início das obras, coube aos seus sócios, Armando Dumont Villares e Ricardo Severo, o andamento e finalização da construção.


Fontes: D’Falco Vitrais | Blog da Arquitetura | Arquivo Arq
Vitral em destaque. Foto: Gerson Soares / aloimage

Vitral mostra o cotidiano dos colonos nas lavouras. Foto: Gerson Soares / aloimage

 

Vitral com cenas da agricultura e pecuária paulista. Foto: Gerson Soares / aloimage

 

Mezanino em dia de exposição fotográfica: visão privilegiada. Foto: Gerson Soares / aloimage

 

Bela imagem do Mercadão, destacando-se em meio ao cenário urbano da capital paulista. Foto: Mistura Urbana