Domingo | 9 de julho, 2023
As festas juninas alegram o cotidiano de muita gente, principalmente nos finais de semana e aquecem a economia, proporcionando a venda de comidas típicas e danças. Com tanta alegria acabam ultrapassando as datas oficiais. No entanto, tradicionalmente comemorando os santos católicos, sua origem pagã remonta às celebrações solares da Europa.
Apesar de ter uma influência cristã, as celebrações de junho têm origem pagã e estão diretamente relacionadas com os festejos de solstício de verão, no hemisfério norte. As datas oficiais dos santos comemorados durante as festas e quermesses do mês de junho começam no dia 13 com o Santo Antônio, dia 24 é São João Batista, e o dia 29 dedicado a São Pedro. De tão populares, as festas juninas se estendem até ao mês de julho em muitas localidades brasileiras, prolongando-se e extrapolando o mês oficial, o que é muito natural dada sua própria origem, conectada à natureza – que possui as suas próprias regras.
Origem das festas juninas: natureza, colheitas, fogueiras
A professora Márcia Fernandes da Universidade Católica de Santos, já nos ensinava em seu artigo na todamateria detalhes interessantes. “A origem da festa junina é pagã e, assim, não tinha o caráter religioso que assumiu anos depois, e que continua até hoje. Ainda antes da Idade Média, no hemisfério norte, as pessoas comemoravam a chegada do verão – no mês de junho – homenageando os deuses da natureza e da fertilidade, ao mesmo tempo em que pediam uma colheita farta. Isso acontecia porque era a época da colheita de cereais, tal como o milho – que hoje é o ingrediente mais comum nas comidas típicas de festa junina. As fogueiras, um símbolo característico das festas juninas atualmente, também têm origem na festa pagã, porque era costume fazer fogueiras nas celebrações. Como a igreja não conseguia acabar com a popularidade dessa festa pagã, acabou aderindo às festas juninas atribuindo-lhes um caráter religioso.” Esta realidade vai ainda mais longe e está ligada ao início da difusão do cristianismo, depois das incursões das legiões romanas sobre territórios considerados pagãos, muito antes da formação da atual Europa ocidental.
São Pedro no catolicismo
Em seu artigo no Vatican News, Dom Fernando Arêas Rifan, da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, nos conta sobre a celebração do dia 29. “São Pedro, foi apóstolo de Jesus, por ele escolhido para chefe do colégio apostólico e da sociedade hierárquica visível que ele fundaria, simbolizando isso pela entrega das chaves do Reino dos Céus, ou seja, da sua Igreja. Pescador do mar da Galileia, foi por Jesus transformado em pescador de homens. Após ter chorado o seu pecado de negação do seu divino Mestre, foi por ele consagrado seu vigário aqui na terra. São Pedro fundou a Igreja de Roma, da qual foi o primeiro bispo. Seu sucessor é o Papa, bispo de Roma, vigário de Cristo.”
Comidas típicas
O Grupo Accor, voltado ao turismo e líder mundial em hospitalidade aumentada, com 5.400 hotéis espalhados por 110 países e mais de 10.000 restantes e bares, também menciona esse folclore e as comidas típicas em uma das suas páginas especializadas. “Poucos eventos do ano possuem um cardápio tão característico e brasileiro quanto a Festa Junina e, na famosa festa da cultura popular brasileira, o que não faltam são deliciosos pratos e iguarias para você experimentar. Entre os pratos típicos e bebidas deliciosas que marcam presença todos os anos estão: Bolo de fubá, Bolo de amendoim, Bolo de milho verde, Maçã do amor, Quentão, Cocada, Pamonha, Cachorro quente, Quindim, Milho, Amendoim, Baba de moça, Canjica, Bom-bocado, Cachaça, Broa de fubá.”
Festas “julinas”
É comum ouvirmos que haverá um ‘arraiá julino’ em algum lugar, como se fosse uma extensão das festas juninas. Essa relação alegre dos brasileiros com as celebrações possuem uma poderosa força de vincular as comunidades locais, promovendo suas comidas típicas e até o turismo, além de remeter aos valores de fé e tradições antigas.
Destaque – Imagem: aloart