Um resumo das principais análises sobre esses itens que integram a Economia.


“Como em todo janeiro, também neste é hora de fazer, ou rever, previsões para o ano à frente. Ao fazê-lo, porém, é importante reconhecer que essas previsões são sempre incertas, posto que o que vai ocorrer nos próximos 12 meses depende diretamente de como a política econômica vai evoluir, aqui e lá fora, o que, por seu turno, depende não só da política em si – e 2024 é um ano marcado por eleições importantes – mas também do próprio sucesso, ou não, da política econômica em atingir seus objetivos.” A afirmação é do Coordenador de Economia Aplicada do FGV IBRE e Professor do IE/UFRJ, Armando Castelar em artigo publicado com Silvia Matos, para o Blog do IBRE, sob o título: Temas para 2023: inflação, atividade e geopolítica.

Indústria

Na análise do Portal da Indústria – órgão ligado ao CNI, SESI, SENAI e IEL – o setor inicia 2024 mais otimista, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de confiança avançou em janeiro, pelo segundo mês consecutivo. “Desta vez, o empresário industrial deixou de registrar expectativas negativas para a economia brasileira”. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou 2,2 pontos, de 51,0 pontos para 53,2 pontos, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. O indicador varia de 0 a 100, com uma linha divisória de 50 pontos, valores abaixo dessa linha representam falta de confiança dos empresários e acima apontam confiança. Foram entrevistadas 1.271 empresas, entre 4 e 10 de janeiro. A economista da CNI Larissa Nocko explica que o resultado demonstra que a indústria iniciou o ano com a confiança mais intensa e disseminada, depois de subir em dezembro e janeiro. “Tipicamente, nos meses de janeiro a confiança registra um patamar mais alto que em relação ao restante do ano, mas vale destacar que o índice começou o ano 4,6 pontos acima de janeiro de 2023”.

Consumidores

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE recuou 2,4 pontos em janeiro, para 90,8 pontos, menor nível desde maio de 2023 (89,5 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, em 0,6 ponto, para 92,1 pontos. “A confiança dos consumidores inicia 2024 em queda, dando continuidade à tendência de desaceleração iniciada em setembro do ano passado. O resultado é motivado pela piora das perspectivas sobre a situação atual e das expectativas para os próximos meses, assim como disseminada entre as faixas de renda, com exceção da confiança dos consumidores de renda mais alta que subiu no mês. Apesar do controle da inflação e da resiliência do mercado de trabalho, os juros e o endividamento elevados continuam a exercer pressão sobre a situação financeira e o consumo das famílias, contribuindo para a manutenção do indicador em patamar pessimista-moderado.”, afirma Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

Mercado de trabalho

O último levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre o desempenho recente do mercado de trabalho e perspectivas, apurado por Maria Andreia Parente Lameiras, Sandro Pereira Silva, Leo Veríssimo Fernandes e Gabriela Carolina Rezende Padilha foi o seguinte: “O mercado de trabalho brasileiro segue apresentando bons resultados, consolidando um cenário favorável, em que a expansão da população ocupada vem mantendo a taxa de desocupação bem-comportada, mesmo diante de uma retomada mais forte da força de trabalho. No acumulado do ano, a força de trabalho aponta alta de 1,1%. Já em relação à ocupação, os dados mostram que, embora entre setembro e outubro este conjunto de trabalhadores tenha se expandido em apenas 0,1%, – chegando a 99,4 milhões –, nos dez primeiros meses de 2023 a população ocupada mostra crescimento de 1,5%. Deve-se pontuar que, ainda que diante de um ritmo mais moderado, a criação de empregos com carteira assinada vem apresentando bom desempenho, contribuindo, desta forma, para o aumento da formalização do mercado de trabalho brasileiro. Por certo, de janeiro de 2022 a outubro de 2023, o nível médio de formalização do mercado de trabalho chegou a 57,7%, já ultrapassando o período pré-pandemia, em que a taxa média era de 57,1%.


Fontes: FGV IBRE / Portal da Indústria / IPEA


Destaque – Imagem: aloart


Publicação:
Domingo | 28 de janeiro, 2024