Segunda-feira, 6 de junho de 2016, às 19h14


Na verdade o título original é “Brasil’s Gold Medal for Corruption” e foi publicado pelo Conselho Editorial do jornal norte-americano The New York Times (NYT) nesta segunda-feira.

Gerson Soares

E não é pouco! O artigo reflete a opinião do próprio diário que no dia 31 de maio publicou em sua edição em espanhol “En Brasil, más grabaciones y más renuncias sacuden al gobierno de Michel Temer” (No Brasil, mais gravações e mais renúncias sacodem o governo de Michel Temer), a respeito das revelações da Lava Jato e das renúncias dos ministros envolvidos na mesma operação da Polícia Federal.

 

Brasília - DF - Presidente Interino Michel Temer durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6), em que falou sobre o uso de avião da FAB para transplantes e pacientes. Fim do foro privilegiado para corruptos seria matéria importante a ser analisada, diz NYT. Foto: Marcos Corrêa/PR

Brasília - DF - Presidente Interino Michel Temer durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6), em que falou sobre o uso de avião da FAB para transplantes e pacientes. Fim do foro privilegiado para corruptos seria matéria importante a ser analisada, diz NYT. Foto: Marcos Corrêa/PR

 

No editorial publicado hoje, capaz de influenciar a opinião global e não seria arriscado dizer refleti-la, o NYT faz referência ao fato de Michel Temer não haver nomeado nenhum negro ou mulher para o primeiro escalão e que isso irritou muita gente no “racialmente diversificado Brasil”.Também destaca que sete dos novos ministros estão implicados com as investigações da Lava Jato e os escândalos de corrupção que abalaram a política brasileira. Entre eles Romero Jucá e Fabiano Silveira, respectivamente os ex-ministros do Planejamento e Transparência, comprometidos em gravações da PF.

Segundo o jornal, “isto forçou Temer a prometer na semana passada que o Poder Executivo não iria interferir com a investigação na Petrobrás, que tem até agora mais de 40 políticos sendo investigados”. Para o NYT o governo deve posicionar-se significativamente contra a corrupção se quiser ganhar a confiança do povo e afirma que segundo a legislação brasileira, altos funcionários do governo, incluindo os legisladores, gozam de imunidade contra processos na maioria das circunstâncias, e que essa “proteção irracional” permitiu uma cultura de corrupção institucionalizada e a impunidade.

A opinião do editorial refere-se ao foro privilegiado a que tantos políticos estão recorrendo para se livrar do endereço mais temido por eles, a cidade de Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro está agindo contra corruptos e corruptores. O jornal encerra o artigo questionando até onde Michel Temer irá para erradicar a corrupção e finaliza: “Se ele for sério e quiser acabar com a suspeita sobre os motivos para a remoção de Dilma, seria sábio pedir uma lei que acabe com a imunidade dos legisladores e ministros em casos de corrupção”.

Brasília - O presidente interino Michel Temer chega para apresentar as primeiras medidas econômicas para reequilibrar as contas do governo. Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Brasília - O presidente interino Michel Temer  se reúne com dirigentes de centrais sindicais. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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