Quinta-feira | 2 de maio, 2019 | 18h47


Licitação de 1.134 milhão de reais em processo no STF para comprar entre outros itens lagostas, camarões e bebidas importadas, provocam reações no Senado. Para brasileiros isso é uma piada de mau gosto e um sonho impossível.

Em alusão a Operação Lava Jato, está ganhando cada vez mais adeptos a Operação Lava Toga. Assim esta sendo chamado o desejo de parte da classe política e da sociedade brasileira para que seja iniciada uma investigação sobre a atuação dos Tribunais Superiores. E, uma licitação que pode alcançar mais de 1,1 milhão de reais, para alimentar 11 ministros e outros comensais que os orbitam, reacendeu essa vontade brasileira de acabar com as mordomias destinadas a autoridades, mas que são impossíveis para a grande maioria do povo brasileiro que na verdade financia as extravagâncias.

 

Reguffe: Condena gastos públicos com mordomias enquanto população padece até com falta de remédios. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Em pronunciamento no Plenário do Senado Federal nesta terça-feira (30), o senador Reguffe (sem partido-DF) fez críticas pesadas à licitação para banquetes no STF. O processo de caráter gastronômico de alta classe obriga as empresas candidatas a fornecerem, entre outros quesitos: camarões graúdos, medalhões de lagostas, uísques puro malte com 12, 15 ou 18 anos. Os vinhos precisam ter ganhado no mínimo quatro premiações internacionais. De acordo com a IstoÉ, as uvas dos vinhos brancos (Chardonnay e Sauvignon Blanc) precisam ter sido colhidas a mão.

“O que eles vão gastar, a partir de agora – a licitação foi feita na última quarta-feira –, com café da manhã, com almoço, com jantar, com direito a lagosta, a camarão, a uísque de 25 anos, a vinho de R$12 mil? Mais de R$ 1 milhão, o gasto com alimentação de 11 ministros. Isso não tem cabimento. Isso é um desrespeito total”, reclamou o senador Kajuru.

 

Kajuru: fim da previdências especial para parlamentares e espanto com verba de 1,1 milhão para banquetes no STF. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Citando que esse ato do STF deve ser mencionado no Senado Federal, Reguffe arrematou: “Isso não é correto, isso não é coisa de país sério”. Falando sobre o esbanjamento dos recursos públicos, ele ainda enfatizou os gastos com outros setores. “Há um estudo da ONG Contas Abertas, a administração pública federal, gasta por ano com uso de veículos oficiais 1,6 bilhão de reais”. Ele pediu apoio ao projeto (PLS 547/2018) de sua autoria, que dá fim ao uso de carros oficiais no Brasil, excetuando-se apenas o presidente da República, na condição de chefe de Estado.

De acordo com o Correio Brasilienze, o STF divulgou nota, afirmando que “o edital da licitação do serviço de refeições institucionais em elaboração pelo STF reproduz as especificações e características de contrato semelhante firmado pelo Ministério das Relações Exterior (que faz o cerimonial da Presidência da República)”. A nota diz ainda que os itens foram reduzidos, “dos 21 itens contratados pelo ministério, 15 são objeto de licitação do STF”.

Com informações de IstoÉ, Agência Senado e Correio Braziliense

Senador Kajuru confidencia que recebeu dados absurdos diretamente de um ministro do STF

 
Folha Política
Publicado em 1 de mai de 2019

PEC reduz férias de magistrados e membros do Ministério Público. Proposta do senador Carlos Viana também prevê demissão, em vez de aposentadoria compulsória, como sanção para juízes que cometem infração. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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