Sábado | 2 de novembro, 2019 | 20h50


Mulheres devem atentar-se a alguns fatores na hora do aleitamento para que a experiência seja boa para ela e para a criança.

No começo, amamentar gera estranhamento, dor e cansaço. Porém, com o passar do tempo, torna-se prazeroso para a nutriz e fundamental para o bebê. Em uma conversa com o dr. Lúcio Cury, pediatra, alergologista e imunologista, discutimos tudo o que é preciso saber para aproveitar ao máximo esse momento de conexão entre mãe e filho.

 

No caso de mulheres que não podem amamentar, os bancos de leite são uma opção interessante para não prejudicar a nutrição do bebê.
Foto: Le Tota / Freeimages

 

“O leite materno deve ser ofertado logo após o nascimento, ainda na sala de parto”, afirma dr. Cury. O aleitamento será a alimentação exclusiva do bebê até os seis meses de vida e ainda acompanhará sua trajetória após a introdução alimentar até os dois anos de idade. Antes de cada mamada, a mãe deve estar relaxada, em um ambiente tranquilo, com as mãos devidamente higienizadas. “Fatores de estresse podem dificultar a produção do leite. Portanto, a amamentação deve ser feita de forma agradável, se necessário com a ajuda de um pediatra”, explica.

A produção materna têm inúmeros benefícios em relação à produção das vacas: as proteínas presentes são mais bem digeridas pela criança, possui a quantidade adequada de vitaminas e minerais, tem melhor biodisponibilidade de ferro e é rico em água. Assim, o(a) filho(a) cresce de maneira saudável no que diz respeito à digestão, funcionamento da flora intestinal, ação de anticorpos e musculatura oral.

Já em relação à nutriz, a amamentação libera ocitocina, hormônio que promove contrações uterinas no pós-parto, diminuindo a chance de hemorragia e auxiliando na recuperação do corpo. A sensação de bem-estar e a atenuação da incidência de depressão entre as puérperas também são impactos positivos, de acordo com dr. Cury.

Porém, alguns problemas podem acontecer. Bico do peito plano ou invertido, esvaziamento inadequado e uso de anti-inflamatórias que comprometem a produção do leite podem tornar o ato menos prazeroso para a mãe. “Toda e qualquer dificuldade deve ser discutida com o pediatra, para que ele possa orientar os procedimentos seguintes”, ressalta o médico. No caso de mulheres que não podem amamentar, os bancos de leite são uma opção interessante para não prejudicar a nutrição do bebê.

Também é importante lembrar que o famoso “leite fraco” não existe. O que acontece é que, antes do leite mais espesso e amarelado, a criança recebe o chamado “leite anterior”. Este é rico em água e serve para hidratar, enquanto aquele é rico em gordura e tem como função saciar e ajudar no ganho de peso do lactente. “Por isso, não é recomendável que a nutriz fique trocando as mamas, pois poderá prover apenas o anterior, impedindo a alimentação adequada do bebê”, alerta dr. Cury.

E no meio de tudo isso, qual é o papel do pai? Segundo o médico, dar carinho, amor e apoio para que a mãe se sinta bem e segura. “Uma nutriz feliz, tranquila e com boa autoestima produz mais ocitocina e, consequentemente, mais leite!”. A calma e a delicadeza por parte de toda a família são a chave para o sucesso nessa fase tão importante da vida do bebê.

Fonte: SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo

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