Os moradores do Tatuapé e menos ainda do Jardim Anália Franco não imaginariam o crescimento gigantesco pelo qual passariam quando estas imagens foram feitas.

Gerson Soares


Tatuapé, 1959 – A junção destas duas imagens nos permite observar o aspecto, naquela época, da Rua Serra de Juréa e o cruzamento desta com as ruas Emílio Mallet e Cantagalo, onde havia uma propriedade da família Bergamaschi – nesse mesmo quarteirão, atualmente encontra-se instalado um empreendimento de hotelaria, ocupando a antiga área deste terreno.

O bairro do Tatuapé teve o seu desenvolvimento caracterizado por diferentes fases, todavia, três delas merecem especial destaque quando o foco da nossa atenção se volta para a importância da urbanização da cidade.

 

Parte da propriedade dos Bergamaschi  (entre as ruas Cantagalo e Emílio Mallet) localizada ao longo da Rua Serra de Juréa em 1959. Foto: Acervo Alô Tatuapé / doada por Sidney Bergamaschi

Parte da propriedade dos Bergamaschi (entre as ruas Cantagalo e Emílio Mallet) localizada ao longo da Rua Serra de Juréa em 1959. Foto: © Acervo Alô Tatuapé / doada por Sidney Bergamaschi

 

A primeira delas, a das chácaras e quando as casas possuíam vastos quintais com pequenas hortas e árvores frutíferas. A segunda fase destaca-se com a instalação de indústrias e a construção de casas populares para estabelecer os empregados. Em seguida temos uma terceira fase – que ainda está sendo escrita pelos grandes empreendimentos imobiliários.

Essa fase descaracterizou o antigo bairro operário, colonizado por imigrantes e chacareiros, principalmente os portugueses, mas com grande afluxo de italianos e espanhóis. O urbanismo não deu importância ao antigo modo de vida das pessoas, fato que se repete em outras localidades.

O desenho da cidade se “ajeita” conforme os interesses econômicos e poucas vezes observou-se a qualidade de vida que havia outrora – uma mescla de ruralismo com um pujante centro financeiro e progressista.

Apesar dos estudos realizados e do desrespeito a estes, tanto São Paulo quanto o Tatuapé, ainda buscam uma maneira de conviver com seus próprios crescimentos, seja desde a época destas imagens – feitas há 57 anos num bairro considerado periférico – ou antes delas no final do século XIX, e até hoje quando passamos da segunda década do XXI.


Este texto e as imagens, integram a 2ª Edição História da Revista Alô Tatuapé da obra “A história contada por quem viveu”. © Direitos reservados – reprodução permitida para trabalhos escolares e pesquisas, desde que citada a fonte: www.alotatuape.com.br/tatuapeantigo


Publicação em:
Domingo | 30 de outubro, 2016