Segunda-feira, 22 de agosto de 2016, às 19h06


Arte marcial que ainda não figura dentre as modalidades olímpicas possui uma legião de praticantes no Brasil, entre eles estão as mulheres como a professora Cynthia, moradora do bairro.

Gerson Soares

Formada em Educação Física, ela reside próximo a Praça Silvio Romero e dá aulas de ginástica na Xtreme Gold Team (filial Santa Clara), uma academia e centro de treinamento em lutas, sediada na Rua Coelho Lisboa. Aluna aplicada, Cynthia chega a treinar Jiu Jitsu duas vezes por dia, preparando-se para os campeonatos. Ele nos conta como foi o mais recente que participou: “Queria compartilhar minha vitória...”.

 

Cynthia mostra a medalha de ouro. Foto: arquivo pessoal

Cynthia mostra a medalha de ouro. Foto: arquivo pessoal

 

Segunda a atleta, que além de professora também treina na Xtreme Gold Team, no dia 16 de julho último teve uma experiência bastante interessante na Arte Suave. “Eu ganhei o Campeonato Mundial de Jiu Jitsu pela Confederação de Jiu Jitsu Brasileiro Esportivo, mas por erro da Confederação lutei na categoria Pesadíssimo (acima de 80 quilos), sendo que eu luto na categoria Pena (até 58,5 quilos)”, explica.

Cynthia enviou e-mail pedindo a verificação da inscrição e mesmo assim não obteve resposta e então encarou o problema com espírito guerreiro. “Fui para o campeonato com a cara e a coragem, na categoria havia quatro inscritas e fui campeã”, orgulha-se.

De acordo com ela, para lutar qualquer campeonato é preciso fazer uma preparação própria. “Temos um preparo, mas não foi possível fazê-lo de acordo”. O motivo é que a atleta teve um derrame articular e desgaste na cartilagem no joelho direito anteriormente. “Lesionei lutando o campeonato Sul-Americano, onde eu fiquei com a medalha de bronze”.

 

Cynthia vence o mundial e ergue as mãos para o alto. Foto: arquivo pessoal

Cynthia vence o mundial e ergue as mãos para o alto. Foto: arquivo pessoal

 

Superação

Mesmo sem a preparação correta para lutar o Mundial, além de toda a confusão e a categoria errada, Cynthia foi campeã. “Muitos dizendo que eu nunca iria conseguir eu fui e fiz o meu melhor”. Empenhada no aprimoramento de sua técnica e condicionamento físico ela tem participado de várias provas. “Um mês antes eu fui campeã também do Mundial Submission pela mesma federação”, conta.

Conversamos no final da tarde de hoje com a atleta, que está na faixa azul com quatro graus. “Lição que eu levo e repasso: Nunca desista, se o mundo conspirar contra sua vitoria, saiba que tem um Deus lá em cima, muito mais forte do que tudo e que nunca vai desistir de nos”, incentiva.

A professora atleta é mais um exemplo de que nas artes marciais os maiores entraves são formados em nossa consciência. Cotidianamente vemos casos de superação e ouvimos ressoar as palavras dos professores que incentivam os alunos a seguirem com garra nos treinamentos. Agindo assim, os resultados virão.

 

Coleção de medalhas. Foto: arquivo pessoal

Coleção de medalhas. Foto: arquivo pessoal

João Paulo, mostra sua obra. Foto: aloimage

João Paulo, mostra sua obra. Leia a reportagem em "Aos 6 anos de idade, morador do Tatuapé, escreve seu primeiro livro bilingue". Foto: aloimage

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