Quarta-feira | 17 de fevereiro, 2021 | 19h


REFORMAS PARA O BRASIL


De acordo com o ex-ministro da Economia, Delfim Netto, houve o que ele chamou de “barberagem cambial”.


Gerson Soares

Para a implantação do Plano Real, programa governamental de estabilização e reformas econômicas que teve início em 27 de fevereiro de 1994, houve um período para desindexar a economia e para isso foi criada a Unidade Real de Valor (URV), estabelecendo regras de conversão até chegar a 1 real, nome da nova moeda que substituiu o Cruzeiro Real, que por sua vez havia substituído o Cruzeiro.

 

Ilustração é alusiva ao dinheiro gasto para sustentar o Estado brasileiro. Enquanto o salário mínimo no Brasil não passa de 11 notinhas de 100 reais (US$ 204), nos EUA ultrapassa os 1.250 dólares. A comparação é pertinente em vários aspectos demonstrados neste levantamento. Imagem: aloimage

 

Em entrevista concedida a mim no mês de outubro de 1998, quatro anos depois da implantação do Plano Real, o ex-ministro da Economia, professor Delfim Netto, afirmou que “a situação nacional é um tanto curiosa, pois há dois anos o plano terminou e, no entanto, as condições de crescimento interno são precárias. Estamos vivendo as consequências de uma grande barberagem cambial. No período de 1994-95, perdemos a oportunidade de corrigir o câmbio, hoje fica muito difícil. Com isso o Brasil tornou-se um prisioneiro e vai crescer muito pouco”. Disse o economista e foi ainda mais longe em sua previsão. “Em 1999 haverá um ajuste duríssimo que prejudica diretamente o crescimento. Mais desemprego e menor produção, infelizmente é nesse esquema que será feito”.

De acordo com o IBGE, o professor de Economia acertou. Em 1997, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro foi de US$ 883,2 bilhões; em 1998, US$ 863,7 bilhões; e em 1999 caiu para US$ 599,4 bilhões de dólares.


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