No dia 4 de Outubro, o mundo celebrou Francisco de Assis. Seu nome foi lembrado também pelo atual Papa Francisco que visitou a cidade italiana onde o Irmão Sol nasceu; Assisi na região da Úmbria em Perugia. No Tatuapé, o Colégio São Francisco de Assis completou 75 anos de fundação com festa neste final de semana, realização das Franciscanas da Ação Pastoral - FAP. Por toda parte, a obra da personalidade mais importante do milênio se espalha, iluminando os caminhos das criaturas pelas quais viveu.


Francisco de Assis

O Irmão de todas as criaturas

FAP - Franciscanas da Ação Pastoral | Colaboração da Irmã Rita Inês


 

Foto: Wikimedia Commons

 

Ninguém pode duvidar que São Francisco de Assis é o santo mais universalmente conhecido e amado por todas as pessoas e religiões. Diante dele, homens e mulheres, católicos ou não, o reconhecem como um homem feliz, irmão de todas as criaturas de Deus.

Francisco nasceu em 1182 em Assisi, Italia, no século XIII. Era filho de Pedro Bernadone e de Dona Pica. O pai era rico, ambicioso e apegado às riquezas materiais. Queria fazer de Francisco um homem famoso, ensinando-lhe a viver no luxo e a gastar muito dinheiro nas festas. A mãe era piedosa e humilde. Ensinou ao filho o amor a Deus e a generosidade para com os pobres.

No início de sua vida, Francisco mostrava claramente o que herdara do pai: a ambição de ser grande, famoso e rico. E da mãe a bondade e a educação para com todas as pessoas. Tinha um gênio alegre e expansivo. Era o líder das festas da juventude. Onde ele estava havia alegria, por isso tinha muitos amigos e era estimado por todos. Sonhava com grandes ideais, sendo tão logo despertado para abraçar uma vocação.
Foi combater na guerra, mas experimentou o fracasso em vez do sucesso. Foi preso e adoeceu. Na prisão pensou muito sobre sua vida. Sentiu que Deus precisava de sua força, de seu entusiasmo e coragem para a pregação do Evangelho no mundo.

A partir de então Francisco opta pelo seguimento de Jesus através de uma vida de pobreza e de serviço aos irmãos. Veste um hábito simples e abandona todas as riquezas da casa paterna. Começa um movimento profético dentro da Igreja que questiona todas as formas de luxo e prepotência. Não queria mais ser dominador, mas servo de todos, especialmente dos mais pobres. Francisco sabia que era possível devolver a alegria à humanidade somente por um caminho: o do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Pela oração e penitência, a cada dia ele tinha mais certeza de que o Senhor o chamava. O amor sabia vencer todos os obstáculos e dificuldades. Em pouco tempo, muitos dos seus amigos, animados pelo seu exemplo de vida, o seguiram.

Francisco foi o fundador da Ordem dos Frades Menores. Há 800 anos, ele tem sido o maior promotor vocacional do projeto franciscano. Desde o início de sua conversão, dedicou especialíssima devoção e veneração ao Cristo Crucificado, devoção que até à morte ele inculcara a todos por palavras e exemplo. Quando em 1224, Francisco se abismava em profunda contemplação no Monte Alverne, por um admirável e estupendo prodígio, o Senhor Jesus imprimiu-lhe no corpo as chagas de sua paixão.

Na escola de Francisco de Assis nós aprendemos a contemplar a natureza, uma ecologia sadia onde tudo é importante. Porém acima de tudo estavam o irmão e a irmã que deveriam ser amados e conquistados ao Evangelho. Ele sempre teve ideias geniais, como a de reproduzir e reviver o nascimento de Jesus inventando o presépio.
O Cântico das Criaturas, composto por ele na hora de sua morte, é o mais belo hino de louvor à Criação. Ele chama a todas as criaturas de irmãos e irmãs porque vê em todas as realidades sinais vivos de Deus. Também a morte para Francisco é irmã que não pode fazer mal a ninguém, pois só nos introduz no céu.

No final do milênio a Revista “Times” fez uma pesquisa para saber qual teria sido a personalidade mais importante do milênio. Ultrapassando todos os cientistas, papas, artistas e reis, foi escolhido em primeiro lugar o pequeno e humilde Francisco de Assis. Se ele se tornou um arquétipo, isto é, se ele penetrou no mais profundo do nosso inconsciente cultural, ocidental, global e humano, significa que ele entrou na dimensão de símbolo. E quando uma pessoa se torna símbolo ela se eterniza e começa a viver no inconsciente coletivo como uma energia poderosa, que emerge continuamente em mil fulgurações.

Francisco viveu num século distante do nosso. Morreu no dia 4 de outubro de 1226, mas está perto de cada um de nós com sua luz e alegria. Ele está sempre iluminando a nossa realidade. Talvez Francisco seja um caminho para que a humanidade encontre uma luz para a solução de graves problemas de preservação do planeta, de convivências de culturas que se entrechocam, da tolerância e da jovialidade no viver este momento dramático da existência.São Francisco é uma espécie de porto e salvamento para muitas buscas do ser humano, não somente do ser humano ocidental, mas do ser humano planetário e terrenal.

 

Foto: Wikimedia Commons / aloart