A começar pelas montanhas de mármore branco, transportado por mais de 300 quilômetros por 1.000 elefantes. Lendas à parte, muito da riqueza mongol foi consumida na obra. Tudo para celebrar o amor de Shah pela esposa Mahal.
O Taj Mahal, cercado de lendas e poeticamente descrito por Rabindranah Tagore (ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1913), como “Uma lágrima de amor na face da eternidade”, possui sem dúvida, pelo menos uma história real: O amor de um homem por uma mulher.
Existem várias versões de diversos escritores a respeito da bela e incomum história desses amantes. Alguns afirmam que ele a teria conhecido em uma expedição, outra versão conta que Aryumand Banu Begam, chamada de Mumtaz Mahal (Jóia do Palácio ou Eleita do Palácio) sentiu o amor do príncipe à primeira vista em um mercado aos 15 anos de idade.
Versões à parte, a verdade é que eles se casaram em 1612, ambos com 20 anos, se amaram e quando ela trouxe à luz o seu 14º filho, faleceu aos 39 anos, em 1631, devido a complicações durante o parto, quase provocando a morte do então príncipe-herdeiro Shah Jahan. Daí então, o governante mongol, começou a erguer a magnífica obra em sua homenagem que só foi finalizada em 1653.
Shah Jahan pertencia à 5ª Dinástia Mongol no território indiano, tendo governado o país entre 1628 e 1658, sendo que grande parte desse período se dedicou à construção do Taj Mahal que levou 22 anos para ser concluído. Mumtaz Mahal, seria a mulher que lhe influenciaria profundamente em todos os aspectos de sua vida. Sua companheira, conselheira e inspiradora em gestos de caridade, fazendo-o se compadecer dos fracos e empobrecidos.
Seu intento consumiu boa parte da riqueza do império, que já se encontrava em decadência, mas legou à humanidade uma das sete maravilhas do mundo moderno, anunciadas pelo UNESCO como Patrimônio da Humanidade no dia 7 de Julho de 2007, em Lisboa–Portugal.
Ao terminar sua magnífica obra, Shah sentiu-se motivado a uma nova construção: um mausoléu em mármore preto, unido ao de sua amada por uma ponte, onde ele seria enterrado. Isso foi considerado uma loucura e seu filho Aurangzeb o depôs, prendendo-o em uma fortaleza, onde faleceu depois de passar cinco anos observando sua obra. Em respeito aos sentimentos do pai, os filhos o enterraram ao lado de sua amada esposa e lá se encontram os restos mortais dos dois até hoje.
A obra-prima possui quatro faces idênticas. Em seus jardins, árvores plantadas com perfeição simbolizam a vida e a morte. Canais de água separam o jardim em quadrantes simbolizando os Jardins do Paraíso islâmico – onde quatro rios fluem água, leite, vinho e mel.
Segundo o príncipeconstrutor sua obra deveria ter um aspecto peculiar: “Que não seja fúnebre, pois deverá celebrar a curta vida de um amor. A sua beleza e a sua graça hão de recordar eternamente a mulher, sem jamais envelhecer. Será um sonho de mármore edificado na fronteira delicada entre o real e o irreal, como a própria paixão.”