Segunda-feira, 25 de abril de 2016 às 19h02


Ultrassonografia detecta doença na maioria dos casos é benigna; principal sintoma é dor persistente na pélvis. Leia a matéria da SOGESP.

Existe uma série de tumores que pode acometer o ovário, entre eles o teratoma ovariano. Cerca de 80% das ocorrências é de um tumor benigno. Pode conter cabelo, dente, material sebáceo, entre outros tecidos. Incide principalmente em mulheres mais jovens, na fase reprodutiva, assim como em crianças e adolescentes. Representa cerca de 50% dos tumores pediátricos da região.

 

Foto: SOGESP / divulgação

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O principal sintoma é a dor, que pode ser persistente na região da pélvis, em forma contínua ou intermitente. “Diante de algum sinal, a mulher deve procurar um ginecologista, que solicitará uma ultrassonografia para identificar a presença do teratoma. Este é o exame preferencial para avaliação, certeiro em mais de 90% dos casos”, explica dr. Luís Otávio Zanatta Sarian, superintendente do Hospital da Mulher da Unicamp e membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

De acordo com Sarian, os teratomas são específicos do ovário. Não há qualquer fator de risco ligado diretamente à sua presença, porém há uma associação com o histórico familiar. Com sua baixa incidência e taxa de cura relativamente alta, não existe um rastreamento estabelecido para o tumor.

Tratamento e fertilidade

A única opção terapêutica é a cirurgia para extração. Na maioria dos casos, a retirada ocorre via laparoscopia. “A principal evolução em seu tratamento é que o procedimento tende a ser mais conservador. Quando benigno, basta retirá-lo completamente – e ainda que seja maligno, ampliamos a intervenção, seguido de quimioterapia, cujo retorno é muito positivo”, esclarece o ginecologista.

Em até 10% dos casos, ele pode reaparecer, devido a uma propensão individual ou se não houve a remoção completa. Após a cirurgia, recomenda-se a realização de exames para acompanhamento. “É plenamente possível voltar à situação reprodutiva normal após sua retirada. Somente a existência dele não compromete a fertilidade”, destaca dr. Luís.

Complicação

O teratoma pode ser benigno ou maligno (teratoma imaturo). No caso da malignidade, pode surgir deste modo ou se transformar, caso permaneça por décadas no ovário. “Existem raros casos que não foram removidos e quando a mulher chegou aos 50, 60 anos, sofreu degeneração maligna. Na maioria das vezes, no entanto, aparece na mulher jovem, já como tumor maligno”, alerta.

De acordo com dr. Luiz, a principal complicação pode acontecer quando há um crescimento e devido à sua capsula externa ser muito lisa acarretar em uma torsão. Eventualmente, pode sofrer uma ruptura espontânea: o conteúdo sai do ovário e se espalha pelo abdome, criando uma inflamação. “Nestes episódios, a mulher sentirá dores intensas e deverá ter um atendimento rápido, para evitar a perda do órgão”, conclui.

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