Domingo | 14 de agosto, 2022

São várias histórias antigas dos pioneiros que desbravaram estas paragens, pois assim se referiam a lugares ermos ou distantes do centro, como era o Tatuapé. Quem nos contou uma delas foi a dona Irinéia.


Em meados da segunda década dos anos 1900, a nova igreja foi inaugurada, mas ainda não era a atual. Até aquela data os fiéis se reuniam no que seria a confluência das ruas Serra do Japi e Azevedo Soares, cuja parte lateral pode ser vista à esquerda da imagem. Com a construção da capela no centro da praça eles teriam novas acomodações.

“Em 1925, na inauguração da igreja eu já cantava. Com a chegada do padre Nicolau Simão ao Tatuapé, ele passou a tomar conta da criançada, da capelinha, de tudo aquilo. No dia 7 de junho de 1927, eu toquei sozinha a primeira Missa Solene da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto”, descreveu sentindo-se honrada e orgulhosa do feito.

Referindo-se às ruas dizia: “O barro era alto e os pés afundavam; os cavalos ficavam sujos e depois tinham que ser lavados, assim como as roupas. Até 1940 as ruas ainda eram de terra. Era tudo chácara e mato, plantação de mato…”, brincava e sorria se divertindo muito naquele dia de 2006… Ela se dedicou às obras da igreja como poucos, inclusive lecionando, cantando, tocando nas missas da igreja ou nos inúmeros casamentos que ali ocorreram.

 

Nesta imagem (entre as décadas dos anos 1930/40), vemos o aspecto das ruas Euclides Pacheco (à esquerda) e a Azevedo Soares (acima, à direita), entre elas podemos ver as plantações ainda existentes. (Foto cedida ao acervo do Portal Alô Tatuapé para fins educativos).

 


Informações e foto:
Da obra “Memórias do Tatuapé – A história contada por quem viveu”, de Gerson Soares. Revista Alô Tatuapé, São Paulo: dez. 2012, p. 22. Depoimentos e foto. Irinéia Vilhioti Martarello. Foto cedida pela proprietária ao acervo particular do autor.