Domingo | 14 de agosto, 2022


Estive pensando longamente sobre a atuação das pessoas que elegemos para nos representar na Câmara dos Deputados e no Senado.

Por Zecca Freitas


Parece que eles não vêm levando a sério a missão que delegamos a eles. E nós também não, porque não aprendemos a cobrar dos nossos políticos os retornos sociais, econômicos e de qualidade de vida a que temos direito em troca do nosso trabalho sério e dos nossos tributos.

Quem quer assumir essa responsabilidade democrática de trabalhar pelo país e por seu povo, postulando um cargo no Legislativo, precisa, antes de tudo de determinação, qualificação e muita combatividade.

Mas acima de tudo, precisa ter princípios. E ter princípios, para mim, significa ter caráter. Significa ser fiel a algumas regras pétreas de conduta, além de exigir que seus pares também o sejam.

É assim que eu penso que os nossos políticos devem atuar no cumprimento da árdua missão de representar as pessoas que confiaram neles e os elegeram.

Para tanto, eles têm que lutar pelos anseios de seus representados com base em quatro princípios, dos quais jamais deveriam abrir mão.

Os quatro princípios aos quais me refiro são:

Primeiro: o Princípio da Honra, que é o compromisso que todo político deve assumir de agir com honestidade em todos os momentos, colocando a verdade acima de tudo. Ou seja, jamais fazer qualquer coisa que possa abalar a confiança neles depositada por seus eleitores e, tampouco admitir o menor deslize de seus colaboradores.

Segundo: o Princípio do Trabalho, pelo qual o político se compromete a dedicar diuturnamente, o melhor das suas energias e da sua inteligência para cumprir a missão de atender às demandas prioritárias de sua cidade, de seu estado e de seu país. E exigir o mesmo de seus assessores e funcionários, para que a população receba os benefícios de cidadania e possa desfrutar plenamente dos serviços públicos de qualidade a que tem direito.

Terceiro: o Princípio da Eficiência, que exige de cada homem público a dedicação não apenas para fazer, mas para fazer mais, melhor e impedir os malfeitos. Fazer de forma consciente e planejada, com olhos nos benefícios para a população, na justiça social, na viabilidade constitucional e na economia de recursos públicos. E se não for pedir demais, com a sensibilidade e a urgência que os nossos problemas exigem.

E o quarto princípio, o Princípio do Respeito, segundo o qual, um político deve dirigir todos os esforços do seu mandato para a grande obra de reconstrução da desgastada imagem da classe política e, mais que isso, do orgulho e da dignidade dos nossos cidadãos, respeitando cada ser humano, independentemente da posição que ele ocupa na sociedade.

É assim que um verdadeiro parlamentar tem que agir. Fazendo do seu mandato um instrumento de valorização do indivíduo, da criança, do jovem, dos mais vulneráveis, do idoso e da mulher. Colocando as pessoas sempre em primeiro lugar e trabalhando para que o nosso desenvolvimento econômico caminhe lado a lado com a cidadania e a justiça social.

Para realizar tudo isso é preciso ter vontade de trabalhar, ter coragem de lutar, disposição para ouvir e, acima de tudo, ter princípios. É isso o que o eleitor tem o direito e o dever de exigir daqueles a quem dá o seu voto.

Se você, candidato ou candidata, não se dispuser a encarar essa pedreira, desista de ser político e contente-se em fazer bem apenas a sua parte: seja um bom eleitor!


Zecca Freitas – Publicitário e consultor de marketing político desde 1976, com atuação em mais de 100 campanhas no Brasil e exterior.