Quinta-feira | 23 de janeiro, 2019 | 20h48 – atualizado em 26/01, 29/01, 30/01 para novas informações
São inúmeros e se espalham por todo o bairro, alguns são capazes de engolir a roda inteira de um veículo. Não se pode descartar que o problema também afeta os pedestres. Em contato com a assessoria de imprensa da Subprefeitura Mooca, o órgão respondeu nesta terça-feira (29), veja no final desta matéria. Na Rua Emílio Mallet, com Itapura e mais à frente, buracos foram consertados.
O problema dos buracos em São Paulo é antigo. É possível afirmar até que em alguns pontos, os motoristas coexistem com eles há meses e anos fazendo desvios, invasão de faixas até na contramão e tantas outras manobras. O intuito é evitar a quebra da suspensão, estourar um pneu, danificar as rodas, sem falar do conforto dos passageiros e até de pessoas idosas e doentes que podem sofrer com os solavancos inevitáveis.
Os buracos danificam os itens citados e os sistemas de suspensão dos veículos sem que a Prefeitura seja responsabilizada por isso. O dinheiro da indústria de multas que se abastece diariamente na cidade, não se sabe bem ao certo para onde vai, principalmente os valores desviados para as máfias que orbitam o Detran de São Paulo, incentivadas por agentes públicos corruptos.
Sejam eles de luxo ou populares, os automóveis, todos um dia caem na malha das crateras espalhas pela cidade. E, no Tatuapé, não é diferente. Nesta semana que se encerra antecipadamente para comemorar com feriado os 465 anos da cidade, nossa reportagem deparou-se com uma equipe do tapa-buracos que estava trabalhando na Rua Antônio de Barros, próximo à Rua Euclides Pacheco.
O trabalho não deve terminar tão cedo, vejam algumas crateras que fotografamos e que até hoje espreitam os carros que não têm mais para onde desviar, como por exemplo, no final da Rua Emílio Mallet, onde o buraco resolveu se instalar ao lado de outro ou na mesma rua esquina com a Itapura, onde é impossível desviar sem bater no carro ao lado ou invadir a faixa contrária.
Duas vias, duas obrigações diferentes
Enquanto os motoristas são tratados como fontes pagadoras sem direito a reclamação nem defesa – exemplo é a grande maioria das defesas de multas de trânsito que são incontestavelmente indeferidas e motivo de transtornos que poderiam ser evitados –, a Prefeitura firma contratos com empresas particulares, cujo teor chega a espantar aos administradores mais sagazes. No que se refere à limpeza da cidade, por exemplo, à contratação dos serviços de varrição, consta que os garis devem varrer o meio fio, mas a conservação e limpeza das calçadas são por conta dos proprietários dos imóveis, cabendo-lhes ainda o pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Esses prestadores de serviço são capazes de passar ao lado de um pedaço de papel levado até a calçada pelo vento e não o recolher. Afinal, sua obrigação é apenas varrer e recolher o que estiver no meio fio!
Os condutores pagam o caríssimo IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), mas não recebem de volta a conservação das vias por onde seus "veículos automotores" circulam. Temos aqui duas vias de obrigações: enquanto o cidadão contribui e paga caro, a Prefeitura arrecada e não presta os serviços que deveria prestar de maneira mais eficiente. Tapando um buraco aqui e fazendo outro remendo ali, a situação perdura. À lista de incongruências não faltariam itens que a população relacionaria, no que tange aos itens limpeza e conservação, sem contar os prejuízos que a falta de atuação condizente acarreta.
Em nota, o órgão da Prefeitura de São Paulo responsável pela manutenção local, respondeu sobre o assunto nesta terça-feira (29):
"A Subprefeitura Mooca informa que todos os locais mencionados na matéria serão vistoriados ainda esta semana".
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