Quarta-feira | 3 de agosto, 2022

Hipocrisia está assim definida na maioria dos dicionários: “Característica ou comportamento da pessoa hipócrita, de quem apresenta uma opinião que não possui ou finge sentir o que não sente; falsidade, dissimulação, fingimento”.


A FIESP está promovendo a pauta “Encontro candidatos ao Governo – Diretrizes prioritárias – São Paulo 2023-2026”. Convidado para esta quarta-feira (3), o candidato ao Governo do Estado de São Paulo, ex-prefeito Fernando Haddad (PT), participou nesta manhã do encontro.

Em ataque ao presidente Jair Bolsonaro, o candidato usou parte de sua fala para denegrir o trabalho deste à frente do cargo maior da Nação, chamando-o depois de uma pausa proposital de infeliz. Durante a entrevista, fazendo política em favor de Lula, refletiu:

“(…) É um desastre o que está acontecendo neste país. E a perpetuar o atual estado de coisa eu não sei onde vai parar. Por que o pouco das instituições que sobraram estão por um fio. O próximo presidente vai colocar quatro ministros no Supremo. Nessa marcha, pelas últimas indicações, onde é que vai parar este país? Essa PEC que foi aprovada é desmoralizante, se essa moda pega, qualquer infeliz, como esse aí, chega na [à] presidência da República e em junho da eleição manda uma PEC pra gastar 150 bilhões pra se reeleger, ou seja, a depender da pesquisa estoura tudo, estoura orçamento e para quê? Se ainda fosse para fazer o bem, melhorar nossas condições competitivas… Não… É tomar dinheiro do Estado, da saúde e educação pra baratear por 60 dias o preço da gasolina, pra fazer demagogia às vésperas da eleição com um auxílio que não vai se manter no tempo, e por aí vai. Então eu abro aqui, porque nós temos que voltar a falar como gente grande (…)”

Perguntas que ficam sobre verbas para a Saúde e Educação

Chama atenção a fala do candidato quando cita as áreas da “saúde e educação”. Nesse sentido, deixamos três questões, também para reflexão. Duas a respeito da passagem do candidato Fernando Haddad pela Prefeitura paulista e outra a respeito da gestão do líder maior de seu partido político, quando foi presidente da República, durante dois mandatos.

Caro, candidato Fernando Haddad:

Sobre as ciclovias espalhadas pela cidade, na sua grande maioria sem o devido uso que as justifique, senão, talvez, pela cor vermelha da pintura – naturalmente se apagando de tempos em tempos –, o dinheiro gasto seria melhor empregado se fosse destinado à saúde ou educação da população que vive na cidade de São Paulo?

Sobre o CEU Carrão. Este projeto teve a construção iniciada e abandonada na sua gestão, assim permanecendo durante anos, se transformando em um criadouro de pernilongos transmissores de doenças a céu aberto. Por fim, o CEU Carrão foi construído no Tatuapé – um bairro de classe média e média alta –, em detrimento de bairros da classe pobre, muito mais carentes desse aparelhamento. Dito isto, questionamos: a verba destinada em sua gestão a esse projeto, compromisso que teve de ser arcado pelas gestões seguintes, teria sido melhor empregada em um local mais adequado ao próprio princípio que criou os CEUs – a carência –, e assim beneficiando a área de educação?

Por fim, a última questão, que é sobre a trilionária quantia desviada dos cofres da Petrobras nas gestões do PT e supostamente distribuída entre corruptos e corruptores; países claramente ditatoriais em detrimento do próprio povo brasileiro; entre ditadores que arruinaram as economias de seus países; e todas as consequências conhecidas; tais como: prisões de envolvidos e devolução de bilhões de dólares aos cofres públicos. Toda essa dinheirama não teria sido melhor empregada na educação e saúde, aqui no Brasil?

Com a palavra o candidato.

 


Nossa equipe tentou enviar as questões dirigidas ao entrevistado, através da assessoria da FIESP durante a abertura das perguntas que poderiam ser feitas pelos jornalistas ao candidato, mas infelizmente não foi possível participar, por não haver ainda o formato online. De qualquer forma, às respostas e discussões, fica aberto este fórum.