Quinta-feira | 19 de janeiro, 2023

Agora que conhecemos um pouco melhor os sistemas planetários que estão sendo descobertos pelos novos telescópios espaciais com recursos tecnológicos para astrofísica cada vez mais avançados, vamos relembrar a descoberta do planeta TOI 700 d e então conhecermos seu irmão o TOI 700 e.


Esta série de reportagens interligadas sobre as revelações a respeito do Sistema TOI 700, nos instrui para compreendermos melhor os novos exoplanetas que orbitam essa estrela. Por enquanto, seus nomes são derivados dela e conhecidos como TOI 700 b, c, d, e. Este último, é a novidade que o mundo está olhando através da mídia. Antes de chegarmos a ele vamos conhecer o caminho que levou à descoberta.

TOI 700 d

O exoplaneta TOI 700 d, é o primeiro planeta de zona habitável do tamanho da Terra descoberto pelo TESS – Transiting Exoplanet Survey Satellite (Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito), escreveu Jeanette Kazmierczak da NASA, em 6 de janeiro de 2020. “Os cientistas confirmaram a descoberta, chamada TOI 700 d, usando o Telescópio Espacial Spitzer da NASA e modelaram os ambientes potenciais do planeta para ajudar a informar observações futuras”.

 

Perspectiva artísticas do planeta, TOI 700 d, o primeiro planeta de zona habitável do tamanho da Terra descoberto pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite da NASA. Crédito: Goddard Space Flight Center da Nasa.

 

Estrela

Em 2020, o exoplaneta TOI 700 e ainda não havia sido descoberto e a NASA, através de Jeanette, transmitia as informações sobre a estrela e os três planetas conhecidos daquele sistema (TOI 700 b, c, d). “TOI 700 é uma pequena e fria estrela anã M, localizada a pouco mais de 100 anos-luz de distância na constelação austral de Dorado. Ela tem aproximadamente 40% da massa e tamanho do Sol e cerca de metade da temperatura de sua superfície. A estrela aparece em 11 dos 13 setores que o TESS observou durante o primeiro ano da missão, e os cientistas capturaram vários trânsitos de seus três planetas”.

Estudante descobre erro

Erroneamente, a estrela foi originalmente classificada no banco de dados TESS como sendo mais semelhante ao nosso Sol, o que significava que os planetas pareciam maiores e mais quentes do que realmente são. Vários pesquisadores, incluindo Alton Spencer – um estudante do ensino médio que trabalha com membros da equipe do TESS – identificaram o erro.

Exoplanetas do TOI 700

A Terra completa sua órbita ao redor do Sol a cada 365 e 6 horas, por isso temos anos com 366 (bissextos). Com os estudos do “caçador de planetas” percebemos as diferenças que existem no Universo.

Comparações com a Terra

“O planeta mais interno, chamado TOI 700 b, tem quase exatamente o tamanho da Terra, provavelmente é rochoso e completa uma órbita a cada 10 dias. O planeta do meio, TOI 700 c, é 2,6 vezes maior que a Terra – entre os tamanhos da Terra e Netuno – orbita a cada 16 dias e é provavelmente um mundo dominado por gás. TOI 700 d, o planeta mais externo conhecido do sistema e o único na zona habitável, possui medida 20% maior que a Terra, orbita a cada 37 dias e recebe de sua estrela 86% da energia que o Sol fornece à Terra. Acredita-se que todos os planetas estejam travados em relação à sua estrela, o que significa que eles giram uma vez por órbita, de modo que um lado é constantemente banhado pela luz do dia,” esclareceu há exatos 3 anos Kazmierczack.

Confirmação

“Dado o impacto desta descoberta – que é o primeiro planeta do tamanho da Terra em zona habitável descoberto pelo TESS – realmente queríamos que nossa compreensão desse sistema fosse o mais concreta possível”, disse Joseph Rodriguez, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian em Cambridge, Massachusetts, líder da equipe de cientistas que solicitou observações de acompanhamento com o Spitzer para confirmar o TOI 700 d. “O Spitzer viu o trânsito do TOI 700 d exatamente quando esperávamos. É uma grande adição ao legado de uma missão que ajudou a confirmar dois dos planetas TRAPPIST-1 e identificar mais cinco.”

 

Esta ilustração do TOI 700 d foi baseada em vários ambientes simulados para que fosse obtida uma versão de um planeta coberto pelo oceano. Crédito: Goddard Space Flight Center da Nasa.