Quarta-feira | 21 de dezembro, 2022

O setor cachaceiro, ou melhor, o setor exportador de cachaça vem se recuperando e cresceu bastante neste ano (saiba mais). Mas a cachaça sempre foi motivo de brincadeiras animadas e há aqueles que por causa dela levaram seus tombos.


Um dos ditos populares mais conhecidos no Brasil sobre a cachaça diz o seguinte: “Eles contam as pingas que eu tomo, mas não vêm os tombos que eu levo”. A frase pode ter variações e no país cachaça é sinônimo de pinga ou vice-versa. Brincadeiras a parte, existe o lado cultural e histórico dessa bebida tão peculiar e cheia de encantos.

Curiosidades anotadas (pra dar sorte, pode também não pode?) pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) que está comemorando um aumento de 55% nas exportações neste ano.

Onde tudo começou
Existem 3 versões para o início da produção da Cachaça no Brasil, mas a mais provável é que a CACHAÇA tenha sido destilada, pela primeira vez, em 1516, na Feitoria de Itamaracá – Pernambuco.

Possível origem da palavra Cachaça
A palavra CACHAÇA é um lusitanismo da palavra espanhola “cachaza”, que é um subproduto anterior à cristalização do açúcar. A palavra é, portanto, um brasileirismo usado, no século XVI, para denominar a nossa aguardente de cana.

Primeiro destilado das Américas
A CACHAÇA é o primeiro destilado das Américas, tendo surgido antes do Pisco, do Tequila, do Rum e do Bourbon.

A mãe do Rum
A CACHAÇA é a mãe do Rum, cujo processo foi implantado no Caribe, precisamente em Barbados, em 1655, pelos holandeses expulsos de Pernambuco em 1654.

Cachaça e madeiras
Diferenciando-se de outros destilados mundiais, a CACHAÇA é o único que utiliza mais de 30 tipos de madeira para armazenamento e envelhecimento, o que lhe confere uma rica variedade de cores, aromas e sabores.

 

Imagem: aloart

 

A importância dos rótulos
Por estar presente em todo o tipo de ambiente, a CACHAÇA serviu no passado como veículo de comunicação de acontecimentos políticos e sociais por meio dos seus rótulos, constituindo-se verdadeira fonte de registro histórico.

Santos protetores da Cachaça
Tendo sido parte integrante dos cerimoniais religiosos indígenas e africanos, a imaginação do povo escolheu na hagiologia uma legião de santos protetores da CACHAÇA: Santa Joana d’Arc, São Benedito, São Jorge e Santo Onofre. Além do mais, o costume de dar para o santo, trata-se de um crédito antes de cometer o pecado.

Manifestações folclóricas
Como elemento desinibidor, a CACHAÇA se faz presente em várias manifestações folclóricas, profanas e religiosas: quermesses, bailes, folguedos, jogos, casamentos, nascimentos, batizados, velórios, folias, novenas, ladainhas e rezas.

O uso na medicina empírica
Usada inicialmente contra o frio e a umidade, a CACHAÇA foi ganhando vários empregos na medicina empírica: desde picada de cobra, constipação, fraqueza, maleita, catarro no peito até impotência, por meio das conhecidas garrafadas.

A Caipirinha
Feita exclusivamente com CACHAÇA, limão, açúcar e gelo, a Caipirinha veio ao mundo no interior do estado de São Paulo – o que explica o nome -, como remédio contra gripe, em 1918, durante o surto da Gripe Espanhola no Brasil. Tornou-se conhecida na Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922.

Para todas as ocasiões
Bebida para todas as ocasiões, seja expressando prazer e alegria, seja falando de amores traídos, não correspondidos e paixões incompreendidas, a CACHAÇA sempre foi cantada em verso e prosa, inspirando enredos, poesias, marchas, sambas, frevos, baiões, cordéis e serenatas.


Destaque – Imagem: aloart