Gerações BBX, Baby Boomers e X, economia prateada, idosos digitais, terceira idade ou apenas idosos. Seja lá como queiram chamá-los é bom saber que o mercado formado por eles está em ascensão.


Também chamados de ‘mais velhos’, eles estão em evidência para olhos atentos a esse nicho que em 2021 representava um mercado global de US$ 15 trilhões. Uma feliz comparação feita à época pela VC S/A, lembrava que “Madonna e Maitê Proença têm mais de 60 anos. Daqui a dois anos, Tom Cruise e Brad Pit entram para esse clube”. Nenhum deles e outros tantos se encaixam no estereótipo de velhinhos. Mas não é só no mundo das celebridades que os ‘mais velhos’ se destacam, eles estão voltando ao mercado de trabalho – ou nunca saíram –, fazendo palestras baseadas em suas experiências, consomem em quantidades respeitáveis, são formadores de opinião e um dado importante: “têm muito mais dinheiro para gastar do que os jovens”, já destacava a publicação há dois anos.

Projeções

A população entre 60 e 64 anos no Brasil, de acordo com projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), está acima de 10,2 milhões de indivíduos, e em 2028 deve alcançar 11,3 milhões. Esse número tem chamado a atenção das empresas há algum tempo, pois o grupo demanda cada vez mais produtos e serviços direcionados à sua qualidade de vida e com maneiras bem diversificadas quanto àquilo que desejam.

Abrindo-se para a internet

“Os idosos querem soluções que auxiliem na vida cotidiana, muito mais do que tendências. Não só querem, como merecem: formam um grupo de consumidores empoderados e exigentes que cresce sem parar,” avaliou o Sebrae em 2022. “A população global com mais de 60 anos aumentará 65% de 2021 a 2040, atingindo mais de dois bilhões de pessoas. Mais de 60% dos internautas acima dos 60 anos visitam um site de rede social pelo menos uma vez por semana, enquanto 21% jogam online semanalmente,” revelou o órgão. A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) também apontava um aumento de uso da internet nessa faixa de idade. De acordo com a instituição 68% acessavam a web em 2018; em 2021, chegaram a 97%.

Dados atualizados

Em 2023 esses dados merecem um olhar atento. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNADC do IBGE mostrou que a população nacional está apresentando um constante envelhecimento. Em dez anos, o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7%, dado que revela uma importante mudança na estrutura etária da nação brasileira. Os dados foram publicados por Júlia Galvão no Jornal da USP, em julho.

Atenção para quem precisa

Rosa Chubaci, professora de Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, reflete que é possível observar que alguns países tiveram maior preparação para o envelhecimento da população, como Japão, Canadá, Dinamarca e Estados Unidos. “No Brasil, algumas dessas práticas estão se tornando comuns junto com as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), entidades residenciais que são destinadas ao domicílio de pessoas com 60 anos ou mais,” pondera. Atender bem a esse segmento também é uma oportunidade de negócios.

Qualidade de vida

Por outro lado, há aqueles idosos que possuem vida ativa, casa própria e gozam de boa saúde; vivem sozinhos por opção ou em uniões estáveis, depois de perderem o cônjuge ou apenas se encaixam no grupo dos ‘solteirões bem resolvidos’. Essa geração vai à academia, frequenta restaurantes e bares, está atualizada com tecnologias, adoram viajar e ainda auxiliam os familiares nas finanças. Eles fazem parte de um mercado consumidor em ascensão e estão ávidos por aquilo que faça suas vidas mais felizes. Nesse sentido proporcionam perspectivas de bons negócios aos empreendedores que souberem avaliar seus desejos.


Destaque – Imagem: aloart


Publicação:
Sábado | 16 de setembro, 2023