Domingo | 20 de março, 2022

Em dezembro de 2018, foi lançado o livro “Memórias do Tatuapé – Uma viagem às origens nos séculos XV a XVII”, pelo jornalista Gerson Soares. O livro mostra a saga dos primeiros colonizadores portugueses ao lugar que ficaria cohecido como São Paulo. Mas o foco da publicação é a origem do nome e da própria formação do Tatuapé.


Trechos do livro em referência ao Caminho do Tatu, que originou o nome do bairro

“Nos índices do volume 82 dos Anais da Biblioteca Nacional, que transcreve o Livro de Tombo do Colégio de Jesus do Rio de Janeiro, organizados por D. Leite de Macedo, publicado em 1973 para auxiliar a busca dos pesquisadores (…) Os índices vão de 1538 a 1967, e para agrupá-los demandou um longo trabalho de organização.”

Nomeando lugares durante a colonização

“Nesse índice também surge a palavra caminho, mas não há referência sobre o Caminho do Tatu para nosso desconsolo. Contudo, lemos sobre a existência de vários nomes (…) começando com a palavra caminho, dos quais vamos conhecer alguns, a fim de entendermos de que forma os primeiros colonizadores e aventureiros se localizavam entre as serras, as terras do sertão e o mar.”

Nomes de caminhos

“Caminho da Borda do Mato (que se refere ao alto da Serra do Mar depois de vencer a íngreme subida), Caminho antigo de Parati, Caminho antigo de Piratigi, Caminho da Aldeia dos Pinheiros, Caminho da Banda do Mato, Caminho da Borda do Campo, Caminho da Canoa (São Vicente), Caminho da Ponte para Nossa Senhora (Santos), Caminho da Porta para o Mar, Caminho da Praia, Caminho da Ribeira, Caminho da Vila Velha, Caminho de Jaraibatiba, Caminho de Juyari, Caminho de Piratininga (aberto em 1560), Caminho do Cabo Frio, Caminho do Cambuçu, Caminho do Colégio, Caminho do Conselho, Caminho do Iguape, Caminho do Pau da Canoa (Santos), Caminho Novo e Caminho Velho.(1)”

Caminho do Tatu

“Diante de tantos nomes de caminhos e há muitos mais, não seria de estranhar que houvesse um que se chamasse Caminho do Tatu ou dos Tatus, mas em todas as obras consultadas para realizarmos este percurso de busca ainda não o encontramos. De qualquer forma, existiu uma paragem chamada Tatuapé, que leva a esse significado. A curiosidade, sem que nos seja saciada, fica pelo motivo da manutenção e adoção do nome em tupi para designar essa paragem e futuramente o bairro, desde o topônimo de origem indígena: tatu = o bicho tatu da família dasypodidae e apé = caminho. Apenas para registro podemos saber que igarapé = caminho d’água, nascente. De qualquer modo fica explicado como teria surgido o nome do lugar que foi adotado pelos próprios colonizadores como Tatuapé. Nesse caminho se formaria um núcleo, que depois se tornaria um aglomerado até ser elevado ao status de distrito na atual organização urbana (…)”


(1)  Anais da Biblioteca Nacional, v.82. Índices.


Sobre o livro

“Memórias do Tatuapé – Uma viagem às origens nos séculos XV a XVII”, de autoria do jornalista Gerson Soares.

Para saber e ler mais gratuitamente acesse o site criado especialmente para a obra:

www.memoriasdotatuape.com.br