Domingo | 19 de fevereiro, 2023

Artur conta um conto — Altos do Tatuapé, apesar de a nomenclatura não constar oficialmente nos dias atuais, assim era denominada pelos moradores a parte mais elevada da localidade.


Na época em que foi feita a imagem, por volta dos anos 1940/1950, poderíamos chamar o bairro de localidade, por sinal distante, pois já houve tempos em que o Tatuapé era um subdistrito do Belém e sequer poderia imaginar-se como potência econômica e imobiliária dos nossos dias.

Imigrantes

Muitos imigrantes portugueses se estabeleceram na região. “Vindos de Rebordelo (uma pequena aldeia, localizada na região norte de Portugal), aqui se estabeleceram com suas chácaras, tomando conta de toda a região, na parte mais alta do Tatuapé,” registrou uma das testemunhas desse passado.

 

Anos 1940/1950 – Vista da Rua Apucarana: Campo do Grêmio Mocidade Bandeirante, que ficava entre as ruas Itapeti e Professor Pedreira de Freitas. Em primeiro plano Artur José da Costa, à esquerda. Mais à direita Francisco Ziccardi Neto, o rapaz do centro ainda não pode ser identificado. É possível observar as plantações nas chácaras vizinhas, onde invariavelmente a bola do jogo “resolvia cair” durante as partidas de futebol. Foto: Acervo particular / Gerson Soares

 

Rebordelo, Portugal

As palavras foram escritas por alguém que nasceu na Rua Cantagalo e aqui viveu até o final dos seus dias, um dos mais importantes colaboradores desta editoria, Artur José da Costa, filho de Manoel Lourenço Costa, um desses imigrantes de Rebordelo.

Costumes portugues

“Com seus costumes e sua cultura [os portugueses], transformaram nosso bairro em uma verdadeira aldeia portuguesa. Durante décadas forneceram frutas e verduras para São Paulo e Rio de Janeiro, elevando o Tatuapé a um dos maiores produtores de verduras e hortaliças do Estado.”


Informações e foto:
Da obra “Memórias do Tatuapé – A história contada por quem viveu”, de Gerson Soares. Revista Alô Tatuapé, nº 138. São Paulo: dez. 2008, p. 6. Depoimentos e texto: Artur José da Costa (Foto doada ao acervo particular do autor, para uso cultural e educativo).